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Às vezes, o torcedor imagina um futebol pior do que ele está na realidade e, por isso, acaba perdendo bons jogos.

Com a debandada dos melhores jogadores para o exterior, os principais clubes do país sobrevivem dentro de uma dura realidade: a escassez de craques. Ou, se preferirem, a ausência de jogadores acima da média, pois os melhores não ficam mesmo. Basta surgir alguém e logo vem um clube de fora e leva, como aconteceu, nesta semana, com o lateral Marcelo, do Fluminense.

Sendo assim, os times que se destacam, como São Paulo e Internacional, que decidiram a Taça Libertadores da América e lutam diretamente pelo título nacional, conseguiram segurar alguns bons jogadores e, graças ao trabalho desenvolvido pelos técnicos Muricy e Abel, jogam sempre no limite. Ou seja, não basta acreditar que possui recursos técnicos suficientes para manter posições, é fundamental a luta sem trégua, a ocupação dos espaços e a pegada. Só assim foi que Leão conseguiu tirar o Corinthians do sufoco. Primeiro, mostrando que os argentinos e Carlos Alberto foram contratações infelizes; depois, mostrando que é possível colher resultados satisfatórios quando o grupo está fechado em torno de um objetivo.

Isso tem faltado ao Coritiba em sua purgação na Segunda Divisão, tanto que diversos jogadores foram dispensados no meio do caminho e, de líder do turno, acabou em situação dramática no returno.

Também foram atrapalhados os planos do Paraná, que afastou jogadores além de outros que caíram de produção, como Maicosuel, por exemplo. Como se trata de um jogador diferenciado, não existe substituto a altura e as coisas começam a complicar para o treinador. Sem esquecer, é claro, que o Paraná foi a equipe mais prejudicada pelas arbitragens neste campeonato.

E não tem sido diferente com o Atlético que, com um elenco tecnicamente limitado, conseguiu resultados positivos e até mesmo goleadas desconcertantes sempre que jogou na superação, tirando proveito do fator Arena e saindo do sufoco do rebaixamento ao mesmo tempo em que brilhou na Copa Sul-Americana.

Porém, quando o time resolveu mudar de estilo, trocando a garra pelo toque de bola que não possui, perdeu quatro jogos consecutivos, sendo três em plena Arena.

A maneira como o São Paulo, praticamente campeão, vem jogando é impressionante, pois mesmo contando com melhores jogadores do que a maioria dos adversários, jamais renunciou à luta e à forte marcação, procurando insistentemente o gol.

Mérito de Muricy, que colocou na cabeça dos jogadores esse conceito de jogo, e dos próprios jogadores, que têm demonstrado empenho na perseguição do título sem perda de tempo com vaidades pessoais ou idiossincrasias que possam atrapalhar os planos coletivos. Amanhã trataremos do grande Puskás, que faleceu em Budapeste.

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