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Muitos grandes jogos ficaram eternamente guardados na história do futebol.

Diversas vezes por decidir o título de campeão; outras pela constelação de astros em campo e, todas aquelas que, efetivamente, ficaram com as suas imagens gravadas nas retinas dos torcedores pela elasticidade do placar e, sobretudo, pelas alternâncias durante os 90 minutos de jogo.

Aqui no futebol paranaense ninguém consegue esquecer o célebre Atletiba de 1971, disputado no Alto da Glória.

Um pouco pela dramaticidade do clássico e muito pela sequência do placar, já que o Coritiba saiu na frente com 2 a 0. O Atlético conseguiu virar para 4 a 2, o Alviverde marcou o terceiro gol e pressionou até o apito final que decretou o histórico triunfo atleticano por 4 a 3.

Por esses dias tem se falado muito no antológico Santos 7 x 6 Palmeiras, considerado o maior clássico brasileiro de todos os tempos.

Foram 13 gols na noite de 6 de março de 1958, no Pacaembu, com 43 mil pagantes. Como não existem imagens filmadas ou gravadas do grande jogo, apenas alguns lances esparsos, ficou a história contada no boca a boca, aumentando em muito a nossa capacidade de alimentar a imaginação.

Tive o privilégio de ouvir dois participantes dessa partida, um de cada lado: Valdemar Carabina e Pepe. Pela emoção dos relatos e da coincidência dos detalhes transmitidos, foi mesmo algo espetacular que aconteceu no Pacaembu.

O jogo não decidia nada, porém os times deram espetáculo.

O Palmeiras chegou a estar perdendo de 5 a 2 e virou para 6 a 5. Mas Pepe não deixou o time de Mazzola fazer a festa e marcou mais dois para o Santos, rindo ao contar suas peripécias naquela noite mágica.

Foi o início da máquina santista com o menino Pelé, que ainda não sabia que poucos meses depois seria chamado de Rei nos gramados da Suécia.

Valdemar Carabina, zagueiro alto e forte, que formava dupla com o lendário Valdemar Fiume foi deslocado pelo técnico Brandão para marcar Pepe, só que o ponteiro santista armou um salseiro pela esquerda e marcou três gols.

Carabina lembrava que Urias abriu a contagem para o Palmeiras e em seguida Pelé empatou. A defesa não conhecia Pelé, pois estava acostumada a marcar Del Vecchio naquela posição. Pagão fez 2 a 1 para o Santos, Nardo igualou e na sequência Dorval, Pepe e Pagão ampliaram para 5 a 2.

O Palmeiras mostrou muita garra e conseguiu a virada inimaginável para 6 a 5, com gols de Paulinho, Urias e dois de Mazzola. Mas não deu para segurar, pois a noite era do genial Pepe e sua potente canhota que se encarregou de marcar os dois últimos gols do maior clássico do século passado.

Para os leitores mais jovens devo lembrar que Carabina foi técnico do Atlético durante três anos na década de 70 e Pepe dirigiu o Atlético – onde foi campeão brasileiro da Segunda Divisão em 1995 – e o Coritiba pouco depois.

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