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Após o fim da Primeira Guerra Mundial, para reduzir os números de crimes e melhorar a saúde da nação americana, o presidente Herbert Hoover de­­cidiu eliminar o consumo de álcool no país.

Chamada de "Nobre Expe­­riência", através da 18.ª emenda à Constituição, mais conhecida como Lei Seca, entrou em vigor proibindo a fabricação, venda, transporte e consumo de todas as substâncias que contivessem álcool.

A exceção de alguns grupos de falsos moralistas, a União das Mulheres de Temperança Cristã ou a Liga Antibares, a maioria do público escarneceu da Lei Seca abertamente, proporcionando aos gângsteres do calibre de Al Capone, Lucky Luciano, Joseph Bonanno, Vito Genovese, Carlo Gambino e centenas de outros criminosos, a formação de grandes fortunas com a venda clandestina de bebidas.

O suborno correu solto, com órgãos de repressão e o governo muito propensos a receber dinheiro em troca de fazer "vistas grossas" também para o jogo, a prostituição e, logo em seguida, o tráfico de drogas.

O panorama brasileiro parece não ser tão grave, apesar do significativo aumento do alcoolismo, especialmente entre os jovens, que se matam em brigas e graves acidentes de trânsito nos fins de semana.

Se a bebida alcoólica é vendida em todos os lugares, inclusive em eventos esportivos – como a Fórmula 1, por exemplo –, soa bizarra a decisão de proibi-la apenas nos estádios de futebol. Como se os torcedores não bebessem antes e depois de entrar nas praças esportivas, mantendo a mesma média de destruição do patrimônio público e privado nas ruas das capitais após qualquer jogo que envolva duas torcidas rivais.

Lamentavelmente o governo federal tem demonstrado fraqueza em suas relações com o Congresso Nacional e a crise política travou o trâmite de projetos importantes, inclusive a Lei Geral da Copa. De nada adian­­tou a visita do presidente da Fifa à presidente Dilma Rous­­seff para a aprovação da Lei que disciplinará a organização e a realização do Mundial de futebol em nosso território.

Só falta o governo dizer à Fifa que o documento assinado pelo ex-presidente Lula é só um papelzinho, seguindo o raciocínio do tucano José Serra na disputa pela prefeitura de São Paulo.

A omissão federal faz com que os governos estaduais decidam a respeito do assunto que, inexoravelmente, se transformará em motivo de críticas e chacotas por parte da mídia internacional. Particularmente dos setores que não enxergam o Brasil com capacidade suficiente para promover eventos da magnitude da Copa do Mundo e dos Jogos Olímpicos.

A maioria dos governadores bem que poderia aproveitar o vácuo legal e mudar a legislação e a norma que proíbem o consumo de bebidas exclusivamente dentro dos estádios de futebol. A soberania nacional seria preservada e deixaríamos de fazer papel ridículo aos olhos do mun­­do.

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