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O futebol brasileiro é permeado por lendas e fatos através dos tempos.

Antiga é a lenda que passou para a história, segundo a qual na partida final da Copa do Mundo de 1950, o capitão do time uruguaio Obdulio Varela teria calado o Maracanã com um sonoro tapa na cara do lateral brasileiro Bigode. Um tapa que ninguém viu, mas que mesmo assim muitos juraram ter acontecido como marca da valentia do adversário campeão contra uma seleção brasileira acovardada. A honra nacional em geral, e de Bigode em particular, ficou maculada para sempre.

Tudo mentira. A verdade é que jamais existiu o tapa, apenas a indiscutível liderança do charrua Obdulio comandando a Celeste na conquista do seu segundo título mundial, em pleno Maracanã, diante de 200 mil torcedores que jamais se conformaram com a derrota.

Zizinho, o grande craque nacional da época, por mais de uma vez e de forma enfática em seu livro biográfico afirmou, categoricamente. "Fiquei muito amigo do Obdulio e de outros jogadores uruguaios depois da Copa. Você acha que isso aconteceria se ele tivesse dado mesmo o tapa? Nunca mais olharia na cara deles".

Outra lenda famosa envolve Garrincha, o maior ponta direita de todos os tempos. Segundo a versão mais conhecida, dentre incontáveis histórias geradas durante a fantástica trajetória do genial craque, em meio à comemoração do primeiro título mundial, na Suécia, ele teria estranhado, achado que o campeonato acabara muito rápido.

Acontece que Garrincha era uma pessoa simples, mas não era idiota. Claro que ele não falou isso. Segundo o relato de Nilton Santos, outro gigante da história do futebol e companheiro dele no Botafogo e na seleção, "Mané nunca disse que o campeonato havia sido curto demais. Outra invenção é que ele tenha perguntado sobre o time com a camisa do São Cristóvão. Lógico que ele sabia que era a Inglaterra. Também não é verdade que ele tenha passado a bola entre as minhas pernas no primeiro treino do Botafogo. Eu treinei mesmo contra ele, o Mané me driblou, mas não foi no meio das pernas. Quem contava essas histórias era o Sandro Moreyra, um grande jornalista, amigo da gente. E como eu gostava muito do Garrincha, não desmentia".

Outro mito que se desfez foi a de que goleiro brasileiro não prestava.

Mesmo contando com arqueiros da estirpe de Batatais, Jaguaré, Aymoré, Rey, Oberdan, Caju, Barbosa, Castilho, Gilmar, Félix, Leão, Marcos e Rogério Ceni, foi preciso que Taffarel, Dida, Hélton, Gomes, Julio César e outros defendessem clubes europeus para acabar a lenda.

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