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Não se pode mais não sentir os ventos de mudança que sopram de todas as direções.

A gravíssima crise econômica, como resultado do desmantelamento político, ameaça pegar um forte vento de cauda com consequências imprevisíveis.

Fala-se de tudo um pouco: reforma política e partidária, urgente recuperação ética e moral do Parlamento, troca do sistema presidencialista pelo parlamentarista, novas eleições e muitas outras ideias e sugestões.

Do mundo do futebol, só os ingênuos podem afetar indiferença quanto aos seus efeitos. CBF, federações e clubes precisam sofrer um choque de modernidade. Não dá mais para seguir com esse modelo agonizante de gestão.

O sem rumo da CBF e a inutilidade das federações estaduais saltam aos olhos de qualquer torcedor. Inverteu-se, faz tempo, uma relação tradicional na vida política do Brasil: a sociedade é, hoje, mais moderna do que o seu Estado, como se pode verificar com a emergência dos protestos de milhões nas ruas das grandes cidades e dos movimentos sociais que brotam de toda parte.

No futebol não é diferente.

A Lei Pelé, por exemplo, promulgada há 18 anos agoniza. Ela representou avanço, mas deve ser substituída por uma legislação mais objetiva que proteja, efetivamente, os clubes formadores de jogadores. Não é mais tolerável o faroeste em que se transformaram as relações entre clubes e empresários dos jovens atletas.

Vejam o caso presente do futebol paranaense, que na semana que deveria ser de promoção de uma etapa mais atraente e, obviamente, mais rentável do campeonato, tem a rodada ameaçada. Tudo porque o Londrina usou um jogador de forma irregular e foi exemplarmente punido.

A Federação, como promotora do evento, deveria demonstrar eficiência administrativa e força política para antecipar no STJD o julgamento do recurso do Londrina. Mas não. Ficou tudo ao Deus-dará e os grandes clubes resolveram tomar providências paralelas com a eventual criação de uma “Liga Paranaense” para reestruturar a competição.

Não é má ideia diante das circunstâncias.

O que dá para rir dá para chorar, diz o ditado; depende do tempo e do lugar, completa o poeta. O abraço é a alegria da chegada e a tristeza da partida.

Pode ser também a tristeza da chegada e a alegria da partida. Pode-se, ainda, chorar de alegria e rir de tristeza.

Com todos os males conhecidos esgotou-se a capacidade da CBF e suas entidades filiadas.

As condições administrativas jazem exauridas diante dos clubes e do público em geral que recusam serem por elas representados.

O mais grave, contudo, é que a esta altura do campeonato não se saiba ao certo quem jogará contra quem no domingo.

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