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Destrambelhado depois do vexame no clássico Atletiba, o time do Atlético tentará a reabilitação na Primeira Liga frente ao Flamengo, em Juiz de Fora.

O fato de ter chegado à semifinal do novo torneio nacional não significa que a equipe tenha apresentado futebol de qualidade neste ano. Até pelo contrário, os resultados não foram suficientes para segurar Cristóvão Borges no cargo.

O mau desempenho na incontestável derrota para o Coritiba em plena Arena da Baixada deixou Paulo Autuori na berlinda. Ele nem bem chegou e já sentiu a chapa quente.

Quem conhece futebol sabe que o maior drama do atual time atleticano não é o treinador. É a má formação do elenco. Qualquer profissional identifica logo o problema no desentrosamento.

Para quem já foi campeão brasileiro, e vice do campeonato nacional e da Copa do Brasil, fica fácil explicar ao angustiado torcedor as razões da falta de gols.

Alex Mineiro e Kléber Pereira só ficaram atrás de Romário entre os artilheiros em 2001. Tudo porque os alas Alessandro e Fabiano apoiavam com eficiência, tanto quanto os meias Kléberson e Adriano. A bola chegava à feição na área. E o Furacão ainda contava com Ilan, Adauto e Dagoberto na reserva.

Washington foi o recordista de gols em 2004 porque também recebia bolas açucaradas das revelações Jadson e Fernandinho, que barbarizaram naquela temporada.

E por que Éderson foi o goleador do Brasileiro em 2013? Elementar: os alas Léo e Pedro Botelho estavam jogando bem e Paulo Baier e Everton fizeram perfeita assistência.

Walter está em jejum, mas principalmente de gols. A bola não chega até ele pela inoperância dos armadores e a baixa produção dos alas. André Lima tem feito gols em bolas aéreas.

Walter está mal posicionado, pois tem jogado fora da grande área. Centroavante tem de jogar enfiado entre os beques adversários para concluir ou fazer tabela com os companheiros que se aproximam em condições de arremate.

Basta correr os olhos pela história dos melhores avantes para concluir que todos jogavam na, chamada por João Saldanha, “zona do agrião”: no futebol local, Neno e Zé Roberto, artilheiros tanto no Furacão como no Coxa; Duílio, Índio e Keirrison, este um dos maiores goleadores pelo Coritiba no Brasileiro de 2008; Madureira no Ferroviário e Saulo e Josiel no Paraná. Na seleção, os homens-gol que entraram para a história escreveram seus feitos e lendas dentro da grande área: Vavá, Romário e Ronaldo.

Sem meias criativos que acertem o último passe e insistindo em escalar Walter longe da meta adversária, persistirão as dificuldades da equipe atleticana.

E Paulo Autuori sabe muito bem do que estamos falando.

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