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Se o primeiro clássico foi um fracasso – jogo fraco, violento com três expulsões e pouco mais de três mil pagantes –, o segundo prenuncia-se tenso.

O encontro entre Atlético e Paraná está revestido de algumas nonadas e muitas interrogações.

Nonadas são sutilezas que diferenciam os planos de situações com características distintas, mas que se entrelaçam no embaraçado novelo das campanhas dos times no campeonato e nos pontos e nós das contradições entre os dirigentes dos clubes.

Podem parecer ninharias, mas as dificuldades que cercam o Paraná ultrapassaram os limites da Vila Capanema e bateram nas portas da sede na Avenida Kennedy. Ou, por outra, não é apenas o time que está pagando mico sem vencer nenhuma partida até agora, mas também a instituição foi colocada em xeque no seu projeto de grandeza futebolística.

O técnico Roberto Cavalo perdeu o discurso, pois ao mesmo tempo em que procura reorganizar o time tenta justificar os contínuos fracassos exercitando verdadeira acrobacia verbal.

Do lado atleticano um paradoxo: enquanto o clube pujante comemora o início da conclusão da Arena da Baixada para a Copa, mais de 20 mil sócios e o setor de marketing incrementando a in­­teração do clube com ações no interior do estado para reforçar a marca, o time de futebol é um fiasco.

Pareceu no mínimo uma contradição a equipe de marketing vender a imagem do clube nas ruas de Ponta Grossa e Cascavel, na busca de simpatizantes e no­­vos associados e, logo a seguir, uma equipe desorganizada, desfibrada e tecnicamente desqualificada levar um passeio do Ope­­rário e do Cascavel, respectivamente.

Sérgio Soares caiu porque se perdeu na escalação do time e con­­trariou alguns jogadores que, visivelmente, pouco se es­­forçaram longe de casa. Esses mes­­mos jogadores correram mais nas partidas da Arena da Baixada por causa da torcida, que cobra atitude profissional.

Sinceramente, com esse tipo de comportamento o Furacão não vai chegar a lugar nenhum e a simples degola do técnico está longe de representar a solução.

Contando com jogadores me­­lhores do que boa parte do atual elenco e comprometidos com o projeto do clube, um técnico capaz poderá padronizar a equipe.

O difícil é obter entrosamento e determinação de jogadores contratados aleatoriamente, conforme a oferta feita pelos agentes – nacionais ou internacionais – sem um exame criterioso de suas reais condições. A maioria, envolvida em milhões e apenas aguardando tentadores negócios futuros, não se concentra no trabalho e muito menos dá atenção às orientações dos treinadores.

Paraná e Atlético parecem dois bandos em campo, só que o Paraná tem motivos para andar mal das pernas, enquanto as ra­­zões que levam o time do Atlé­­tico ao fracasso precisam ser in­­vestigadas com maior profundidade e passa pela coordenação geral do departamento de futebol.

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