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Sem transmissão dos jogos pela televisão, o Campeonato Paranaense tornou-se uma atração das emissoras de rádio.

O velho rádio, tecnologicamente sobrevivendo, enfrenta a concorrência da televisão, da internet e das emissoras via satélite. A era digital poderá representar uma sobrevida, mas ele vem sofrendo com a perda de anunciantes e, apesar de tudo, continua sintonizado em nossos corações.

O maior adversário do rádio, por incrível que pareça, são os novos aparelhos de recepção. Muitos simplesmente eliminaram a faixa de ondas curtas, outros só apresentam a frequência modulada, a popular FM.

Antigamente, uma das curtições nos rádios dos automóveis era corujar as transmissões em ondas curtas. Hoje em dia, além de terem sido eliminadas, elas sofrem as conseqüências do congestionamento no ar, com torres de telefones celulares, transformadores de energia elétrica e outros aparelhos que transformaram as ondas curtas em um ronco só.

Transmissões em ondas médias desaparecem em certas regiões e só mesmo a digitalização poderá resolver o problema.

Sempre fui fanático por rádio e o meu primeiro aparelho foi um Telespark portátil, objeto de desejo dos anos 60. Começava ouvindo O Trabuco, de Vicente Leporace, e terminava com o Grande Jornal Falado Tupi, de Corifeu de Azevedo Marques.

Aqui, sempre trabalhando em emissoras de rádio e televisão, tive o privilégio de conviver com os melhores profissionais e de acompanhar a evolução técnica, tanto nos estúdios quanto nas transmissões externas.

O mistério do rádio é a fantasia. Cada ouvinte recebe as informações dos repórteres, as análises dos comentaristas e o relato dos narradores, mas tem liberdade para criar o seu próprio jogo. Claro que o locutor central tem maior responsabilidade, pois cabe a ele estabelecer os parâmetros do jogo, indicando a posição da bola, identificando os jogadores e as alternâncias das equipes em campo.

Quanto mais categorizado for o narrador, maior número de informações serão passadas ao ouvinte, tais como a localização da bola e a evolução dos times na busca do gol. O fundamental é a fidelidade, sem exageros do tipo "a bola passa raspando a trave". O resto fica por conta da empolgação do narrador e a emoção do ouvinte, que torce como se estivesse à beira do gramado.

E a brava moçada do rádio esportivo continua desempenhando o seu papel, com raro talento e muita dedicação. É um tal de idas e vindas, circulando pelo estado inteiro para levar aos ouvintes todos os detalhes dos jogos.

Troque as pilhas, coloquem o rádio em posição estratégica e boa rodada para o seu time no campeonato.

O valor sentimental do rádio esportivo será sempre insuperável.

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