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Como era esperado, começou mal o Campeonato Paranaense e nem mesmo o jogo entre Atlético e Paraná consegue mexer com o torcedor. Porém, apesar da falta de craques e ídolos que pudessem sacudir as multidões – a exceção é o veterano Alex, que reanimou a torcida coxa-branca – e, sobretudo, pelo baixo nível técnico da maioria absoluta dos competidores, com um pouco de bom senso a Federação e os clubes poderiam ter formulado uma disputa saudável.

Bastava demonstrar capacidade para um diálogo adulto, equacionando o drama dos estádios e que não desnudasse de maneira tão escancarada a insensibilidade dos dirigentes responsáveis pela organização do evento. Os cartolas andam fazendo tudo errado, revelando-se imprudentes, egoístas, vaidosos, sem habilidade para um entendimento maduro e com suas reputações arranhadas diante dos últimos acontecimentos.

Intransigentes, fazem jogo de cena para assegurar a simpatia e o apoio das torcidas organizadas, as quais temem e controlam, ignorando o grande público que representa a real essência do futebol. Esquecem de que as suas passagens pelos clubes são meramente transitórias e que os cantos das arquibancadas são como as sereias que encantam os marinheiros para, depois, afogá-los nas profundezas do mar. Pobres daqueles que se deixam seduzir.

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EFABULATIVO: O advogado e folclórico presidente do Bangu, Castor de Andrade, orgulhava-se de ser bicheiro. Dizia que era coisa de família e que aprendeu com duas tias solteironas que gostavam de apostar nos bichinhos do barão de Drummond. Advogado, Castor nunca foi, a não ser que se possa considerá-lo advogado de porta – de dentro – de cadeia.

"Benefactor", benfeitor no sentido demagógico que os bicheiros manipulam para melhor explorar a população carioca, desfilando como financiadores do carnaval, do futebol, da política e, até a última batida policial, também das artes. Mas Castor de Andrade foi uma figuraça e teve passagem curiosa com Gastão Cordeiro, o fraterno Gastão Paletó, no tempo em que o curitibano trabalhou no Rio. Sem saber que morava no mesmo prédio do famoso personagem, Gastão encontrou aquele velhinho simpático brincando com o netinho na calçada e cumprimentou-o. Puxaram conversa até que Castor identificou pelo sotaque que o vizinho era do Sul e quis saber a sua cidade de origem.

Ao se identificar como residente em Curitiba, o eterno presidente do Bangu berrou: "Para aí, não fale em Curitiba, pois uma das maiores dores da minha vida foi perder o título brasileiro no Maracanã. E tudo por causa da esperteza daquele sujeito com carinha de chinês que conseguiu bloquear todos os meus esquemas..." Para quem não sabe, Chinês era o apelido de Evangelino Costa Neves, o maior presidente da história do Coritiba.

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