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O ano aproxima-se do seu fim e sentimo-nos tentados a fazer um balanço do que aconteceu.

Como vivemos em uma sociedade de consumo, embalada pela mídia, com destaque para a televisão e as suas múltiplas opções, além da internet e das modernas ferramentas que invadiram os telefones móveis, entramos no labirinto da transmissão. Todo mundo se comunica, mais com mensagens do que com a voz. Outro dia pifou o “WhatsApp” e muita gente entrou em pânico.

Mas, nesta última coluna do ano, não vamos tratar das pessoas comuns que somos. Vamos tentar desvendar o mundo das estrelas.

Ser estrela é, precisamente, o impossível possível, o possível impossível. No cinema, o ator não absorve seu papel. O papel não absorve o ator. Terminado o filme, o ator volta a ser ator, o personagem permanece personagem na tela, mas, do casamento entre os dois, nasce um híbrido que participa de um e de outro, que os envolve: a estrela.

A estrela tem todas as virtudes dos produtos fabricados em série e adotadas no mercado mundial, como o dentifrício, o automóvel, a geladeira, o refrigerante. A estrela é ao mesmo tempo mercadoria de série, objeto de uso e capital fonte de valor.

No esporte acontece o mesmo fenômeno. Nos estádios, nas pistas, nas quadras ou nas piscinas, o ídolo se apresenta aos olhos de todos como um objeto de luxo.

Nas competições ou nos estúdios, os atletas e os atores trabalham sob a direção de técnicos especializados.

Vencedor, consagrado e idolatrado por milhões de fãs, ele sai da ribalta tentando encarnar uma vida privada. Na vida privada, tem que interpretar uma vida de herói das multidões. O craque, o campeão, o vitorioso das modalidades esportivas assemelha-se ao ator que, através de todos os papéis que desempenha nos filmes, na vida comum desempenha todos os papéis que faz no cinema. Aos olhos do público, não existe diferença. É apenas uma extensão da fábula para a realidade.

Os personagens que se destacam por seus méritos durante os jogos, as competições e as corridas saem com o laurel do triunfo na cabeça e entram para o imaginário coletivo. Cada um curte o ídolo ao seu modo. Uns mais, outros menos, mas todos esperam que ele seja permanente e lhes proporcione cada vez mais alegrias.

Mas os esportistas e os artistas sofrem emoções pessoais, sentem dor, são felizes, vivem do e para o amor, se divorciam. Mas os fãs cobram tudo. Não aceitam deslizes de comportamento ou coisas do gênero.

A vida privada dos famosos é pública. Sua vida pública é publicitária, sua vida na tela e nos estádios é surreal, sua vida real é mítica.

Bom Ano Novo a todos. Esta coluna volta no dia 10 de janeiro.

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