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Acompanhando o noticiário em torno das chamadas oficiais dos jogadores dos principais candidatos ao título da Co­­pa do Mundo, concluí que es­­ta será uma competição sem muito brilho.

Ou, por outra: será uma competição de poucos craques, aqueles verdadeiramente talentosos, portanto, em condições de carregar uma equipe nas costas como aconteceu no passado com personagens épicos que escreveram os seus nomes na história.

A Espanha, atual campeã europeia e apontada pela maioria como a equipe favorita para a conquista da taça na África do Sul, deseja inspirar-se no Brasil para consagrar-se como a dona do "jogo bonito".

Nem mesmo a recente eliminação do Barcelona inibiu a torcida espanhola e todos apostam na "Fúria" de Xabi, Iniesta, Torres e outros.

Fernando Hierro – diretor técnico da federação espanhola – lembrou em entrevista ao jornal El País, de Madri, que na história das copas nenhuma seleção europeia venceu quando o Mundial foi disputado fora de suas fronteiras e que a estatística contempla o Brasil como o único time capaz de sair vencedor na América, na Europa e na Ásia, podendo fechar o ciclo co­­mo campeão também na África.

Hierro destacou que os ou­­tros favoritos são a Argentina, a Inglaterra e a Holanda. Mas o que chamou a atenção foi a abor­­dagem por ele realizada em torno da obsessão dos espanhóis sonhar em praticar o "jogo bonito" no estilo brasileiro.

Pena que nós, brasileiros, estejamos temerosos quanto à possibilidade de o time formado por Dunga conseguir realizar apresentações com futebol inspirado e tecnicamente requintado.

Nem discuto a lista de convocados porque é um direito do selecionador nacional, se bem que se esperava que ele não co­­locasse em risco o projeto do hexa por um capricho.

E a não convocação de Ganso, o melhor meia armador entre os jogadores brasileiros na atualidade, não passou de um capricho. Ou de teimosia, se preferem.

O que parece nítido, nas semanas que antecedem o grande evento, é que a próxima Copa mostrará que o futebol está cada vez mais padronizado, as seleções jogam cada vez mais parecidas, os jogos são todos iguais. Ou melhor, quase todos.

Espera-se que, dentro da mes­­mice geral que assinalou a Copa passada, possa haver jogos bons, até muito bons, dependendo da categoria das equipes. Sim, ainda há seleções melhores que as outras.

As diferenças de estilo entre as escolas – sul-americana, eu­­ro­­peia, africana e asiática – é que vão encurtando.

A escola predominante neste futebol globalizado infelizmente não é a do Brasil, pentacampeão do mundo, nem da Argen­­tina, bicampeã, que já empolgaram o planeta, mas, inevitavelmente, a da Europa.

Pois não é que o próprio técnico brasileiro da seleção, além de outros mais, é apologista do futebol primordialmente tático em detrimento do talento e da cria­­tividade essencialmente sul-americana?

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