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Existem coisas que a gente nunca esquece, particularmente aquelas que marcaram a nossa infância. Tenho gravado em minha memória o relato dos narradores que contaram a história da Copa de 1958, a primeira que acompanhei pelo rádio. Decorei quase tudo o que foi dito pelos locutores Pedro Luís e Edson Leite, da Rádio Bandeirantes, com os comentários mordazes e precisos do insuperável Mario Moraes.

Dentre tantas informações, detalhes e bordões, marcou no imaginário do torcedor brasileiro o célebre "Placar na Suécia..." ou, na conquista do bicampeonato na Copa de 1962, quando Fiori Giglioti chamava a atenção dos ouvintes com "O tempo passa...".

Pois é, agora o tempo passa para a seleção brasileira que tentará o hexa e está atrasada para chegar à grande final no Maracanã. Sofreu diversos percalços, destacando-se a destituição do antipático Ricardo Teixeira da presidência e a ascensão de José Maria Marín, que, em sua primeira entrevista, fez lembrar aquele personagem da Escolinha do Chico Anysio: "Tirou daqui...", concordando com tudo que os entrevistadores colocaram em pauta. Antigamente, sujeito assim era chamado de vaselina.

Esse é o chefe da dupla Parreira-Felipão, que se mostra confiante, porém preocupada com o baixo rendimento das estrelas mais reluzentes da companhia na derrota para os ingleses: Ronaldinho Gaúcho e, sobretudo, Neymar.

Ronaldinho Gaúcho foi convocado por insistência de setores da mídia que até agora não conseguiram entender a diferença entre jogar em um time e jogar na seleção. Ele tem lampejos de craque no Galo, mas perdeu o lugar na seleção. Neymar tem potencial, entretanto poderia estar em estágio técnico mais elevado se jogasse na Europa, onde os adversários são melhores e a marcação é mais forte. Driblar, encantar e fazer gols em Bragantino, Penapolense ou contra outras equipes brasileiras é fácil. Difícil é brilhar com a camisa canarinho, tanto que, com as apagadas atuações em gramados europeus, Neymar já começou a provocar dúvidas por parte deles quanto a sua real capacidade técnica diante do preço estipulado pelo Santos para o mercado internacional.

O mesmo se aplica a Oscar, que não consegue brilhar na seleção, ou com Lucas, que custou uma fortuna ao PSG e também não deslancha. Mas, grave mesmo, é o caso de Ganso, que surgiu como novo Gerson e virou reserva no São Paulo. A atual safra de jogadores é fraca, todos sabem, mas pelo menos esses que conseguem se sobressair precisam mostrar mais empenho e habilidade quando defendem o escrete nacional.

Vamos aguardar os próximos amistosos para outras avaliações e tirar mais algumas conclusões até que a equipe adquira confiança, unidade e, finalmente, entrosamento para não fazer papelão na Copa das Confederações, espécie de test-drive para a Copa. O tempo passa...

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