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O novo campeão paranaense transformou em fácil uma con­­quista que parecia difícil. Tudo graças ao entrosamento e ao equilíbrio da equipe que se obrigou a realizar as primeiras partidas fora. O Coritiba mostrou amadurecimento e, sobretudo, aplicação de todos os jogadores, que, em ne­­nhum momento, deixaram de procurar o objetivo que era a conquista do título. Ganhou com larga margem de pontos a fase classificatória, acumulou os benefícios do regulamento e chegou à penúltima rodada em condições de levantar a taça. E le­­vantou. Até com certa tranquilidade, diante da insuficiência técnica do Atlético, especialmente no segundo tempo.

Leandro Niehues tentou surpreender ao não contar com Rhodolfo e Bruno Mineiro e ter se desiludido com Raul e Netinho, mas não foi feliz. As improvisações foram ousadas demais no setor defensivo e, depois de cinco meses inativo, Alex Mineiro mostrou-se completamente desentrosado. Em jogo decisivo, como se sabe, a vantagem sempre é da equipe melhor arrumada e, neste quesito, Ney Franco nadou de braçada ao longo do campeonato.

De nada adiantaram a dedicação e o brio com que todo o time que entrou em campo no primeiro tempo e chegou a ameaçar a meta do excelente Edson Bastos. Tatica­mente, o Furacão parecia uma salada mista. O esforçado, porém limitado volante Valência improvisado como ala com baixo rendimento; o pesadão Vanegas inseguro na posição em que o emergente e mal aproveitado Bruno Costa deveria ter iniciado; e a meia-cancha, como sempre, sem qualquer articulação, apesar da luta de Paulo Baier e Tartá.

O Atlético iniciou e terminou o campeonato sem conseguir organizar o seu time titular. O Coritiba, ao contrário, foi compacto na defesa e muito eficiente do meio para frente, com soberbas atuações de Leandro Donizete, Marcos Paulo, Rafinha e Marcos Aurélio. Eles tocaram na bola com competência e velocidade, envolvendo a desarticulada zaga atleticana nos lances dos gols que definiram o escore do clássico.

No primeiro, uma jogada esperta de Rafinha, que serviu Marcos Aurélio para finalizar com estilo. No segundo, Geraldo bateu os atarantados zagueiros Manoel e Chico na corrida e completou sem chances ao goleiro Neto, que evitou o terceiro gol que seria marcado por Ariel.

O triunfo coxa-branca foi consequência de trabalho bem-elaborado com um grupo de jogadores que se conscientizou da importância de dar uma alegria ao torcedor neste mo­­mento difícil que o clube atravessa.

Em nenhum momento houve des­­cuido e o melhor jogador do campeonato, a meu ver, liderou o campeão, manteve a harmonia do meio de campo e a regularidade do time: Leandro Donizete. Ao seu lado, a prin­­cipal revelação da temporada, o jovem Marcos Paulo, que, com técnica refinada, enriqueceu o espetáculo aplicando belo lençol em Vanegas, pa­­ra delírio do publico no Alto da Glória.

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