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A partida vinha sendo disputada com ardor, algumas vezes com os jogadores do Grêmio excedendo na força para superar as limitações técnicas, mas dentro de um clima de respeito mútuo.

O gol de Ferreira incendiou a Arena da Baixada, com a intensa vibração da torcida atleticana, mas no campo as coisas continuaram sob o controle do experiente árbitro Wagner Tardelli. Ou seja, o Grêmio sofreu o gol e tentou esboçar uma reação, contando para isso com a pronta intervenção do técnico Mano Menezes, que tentou corrigir a equipe para manter o equilíbrio frente ao melhor futebol apresentado pelo Atlético.

Nem mesmo a expulsão de Tcheco, que reclamou de um lance banal, alterou o ritmo do time gaúcho.

O que pegou mesmo, descontrolando o Grêmio, foi quando a torcida começou a gritar olé. No lance do segundo gol, com a bola correndo de pé em pé e a torcida repetindo olé, olé até o arremate magistral de Michel, mudou a fisionomia do jogo. Até a saída do estádio, o que se viu foi pura exaltação e falta de esportividade.

O Furacão tem jogado com humildade e conseguido somar pontos graças ao eficiente planejamento estratégico do técnico Ney Franco, enquanto o Grêmio se acha muito e não tem mostrado futebol a altura de suas pretensões.

Grande campeão

Mesmo sem possuir um grande time sob o ponto de vista técnico, o São Paulo merece todos os adjetivos que recebeu durante o campeonato e após a conquista do título. É um grande campeão.

Trata-se de um grupo bem condicionado fisicamente pelo paranaense Carlinhos Neves e disciplinado taticamente. Muricy Ramalho conseguiu extrair o máximo do elenco colocado a sua disposição e optou pelo fortalecimento defensivo com eficiente sistema de marcação para, no conjunto, chegar aos gols.

Rogério Ceni, o melhor goleiro do mundo no momento, foi o principal responsável pela seqüência de vitórias, não só pelos gols que marcou, mas por aqueles que conseguiu evitar.

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Efabulativo: Miguel Cecchia, o Raposa Ruiva, diretor de futebol do Coritiba nas conquistas de diversos títulos na década de 50 e grande colaborador na construção do Estádio Couto Pereira morreu na semana passada.

Foi uma das figuras mais incríveis do futebol paranaense e fazia de tudo por uma vitória do Coxa. Gostava de contar que, quando precisava da ajuda da arbitragem, procurava o apitador e apostava com ele que o Coritiba não ganhava o jogo. Dinheiro bem aplicado, dizia.

Certa feita, tentando contratar o volante Milton – que depois foi vendido pelo Coritiba para a Suíça – negociava com o presidente Jesus Vicentini, do Apucarana, e telefonou para o presidente Evangelino Neves para fechar o negócio:

– Chinês, estou aqui com o Jesus...

– Ora, Miguel, não estou precisando de apoio religioso, mas de muito dinheiro!

carneironeto@gazetadopovo.com.br

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