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Como os nossos times foram prejudicados pelas arbitragens é natural que o assunto mereça novas considerações, se bem que não se deve perder de vista os deslizes dos dirigentes, os equívocos dos técnicos e as falhas dos jogadores.

É bom não acreditar que as três derrotas foram provocadas exclusivamente pelos erros das arbitragens. Não. O Coritiba esteve sonolento em campo e Estevam Soares mexeu mal no time; o Paraná desperdiçou muitas oportunidades claras de gol e o Atlético perdeu a força na Arena porque o seu time é muito limitado em todos os setores.

Tratemos das arbitragens e das suas relações com a televisão. A grande realidade é que se não existisse o olhar isento da câmera provavelmente juízes e bandeirinhas continuariam aprontando das suas como, aliás, sempre aconteceu no futebol.

Antes do advento da televisão com presença permanente nos jogos de futebol – a partir dos anos 80 e amplamente nos últimos cinco anos – quem fazia as vezes de fiscal era o chamado repórter de campo, uma criação do rádio esportivo com o objetivo de complementar o volume de informações oferecidas ao ouvinte.

Quando o narrador não podia ver direito o que se passava na "zona do agrião" da grande área criou-se uma espécie de posto avançado da transmissão. O repórter ia enriquecendo de detalhes e dirimindo as dúvidas criadas nos lances mais agudos, tais como impedimento, pênalti ou gol.

Com a evolução tecnológica o repórter continua prestando o seu serviço, porém começa a ser atropelado pelo olho mágico da câmera. Todos pensam duas vezes antes de afirmar alguma coisa, pois basta rodar o slow motion para vir a confirmação ou o desmentido do que foi dito.

A diferença é que o verbo do rádio é contar e o da tevê é mostrar. As lentes são mais versáteis, pois ficam em pontos estratégicos, cobrindo todos os ângulos do campo.

Foi-se o tempo em que se dizia que o jogo pela tevê era uma sucessão de lances restritos às dimensões da tela. Lentes de amplo espectro mostram o jogo em todas as latitudes do campo sem esquecer dos detalhes, das imagens em close com a reação facial e a frase solta da boca dos jogadores e dos técnicos como se eles estivessem ao seu lado.

Por isso, muitos comentaristas de rádio preferem realizar o seu trabalho nos estúdios, assistindo o jogo pela tevê, do que na cabine dos estádios onde não dispõem dos mesmos recursos.

Em meio a esse verdadeiro arsenal tecnológico encontram-se árbitros e bandeirinhas, limitados a visão humana e aos seus reflexos.

Está mais do que na hora de a Fifa aproveitar o olhar isento da câmera, no lance duvidoso, para resgatar a credibilidade da arbitragem no futebol.

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