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Pessoas apaixonadas por futebol e pelos clubes aceitam assumir cargos diretivos impelidos por amor, por vaidade ou, lamentavelmente, com acentuado grau nos últimos tempos, por interesse.

No passado era só amor ou vaidade, sendo que as duas sensações se misturavam e acabavam resultando em benefício aos clubes. Graças a essa química foram construídos estádios, formados times campeões e, afinal, a própria grandeza do futebol brasileiro.

Ultimamente, porém, observa-se o surgimento de uma gama de novos dirigentes com o único objetivo de ganhar dinheiro em cima do futebol. Não se trata mais de apenas concentrar poder, mas sim de interesse pecuniário no florescente e mal regulado mercado de compra e venda dos direitos federativos de jogadores.

Os dirigentes amadores que restaram, mostram-se impotentes ou incompetentes diante dos profissionais que dominam o milionário negócio. Os cartolas sérios demonstram dificuldade até mesmo para conquistar parceiros para os empreendimentos esportivos.

O assustador é que em meio aos amadores bem intencionados e os profissionais argentários, existe a figura do entendido. O entendido é aquele cartola amador que, em pouco tempo de convivência com os profissionais dos negócios – empresários, agentes, procuradores, advogados, in­­vestidores e olheiros – e do campo – supervisores, técnicos, preparadores, jogadores, etc. – se acha. Ou, por outra, com um ou dois anos de vivência no mundo da bola os cristãos novos acreditam que já sabem tudo da matéria e, pelo prestigio do cargo ou poder econômico pessoal, começam a fazer besteiras.

Contratam mal, gastam mal o dinheiro dos clubes, investem em técnicos e jogadores que não apresentam resultados satisfatórios e, invariavelmente, conduzem os times as más campanhas, rebaixamentos e outras desventuras. A conquista de um título passa a figurar entre as exceções, apenas para confirmar a regra.

Claro que existiram dirigentes que se saíram bem no complexo universo do futebol, tanto que entraram para a história como vencedores eternamente idolatrados pelos torcedores. Mas foram raros e venceram porque, acima do conhecimento adquirido, eram homens inteligentes, com sensibilidade humana nas relações pessoais com colaboradores e torcedores, que sabiam ouvir, que sabiam escolher e não titubeavam em tomar decisões.

Os poucos dirigentes que escreveram história revelaram-se suficientemente capazes de relacionar-se em alto nível com os adversários, com a imprensa e com as entidades organizadoras das competições. Ao contrário, os excessivamente vaidosos e não tão competentes, bateram de frente com os rivais, com colaboradores, com aficionados do próprio clube, com as federações e, sobretudo, com os representantes da mídia.

Ficaram isolados e vivendo da ilusão de que podem sobreviver faturando com o futebol.

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