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Na Ática, na antiga Grécia, havia uma estátua de mármore, esculpida por Fídeas, representando a divindade de Nêmesis, filha de Nix, a Noite, e sua função, na mitologia grega, era castigar severamente a presunção e a arrogância dos mortais.

A existência de um templo em sua homenagem na Ática tinha razão de ser: Péricles, o estadista de Atenas, mandara erigi-lo com o mármore que os persas, em sua pretensão, haviam levado em suas naus para erguer um monumento em comemoração da estrondosa vitória que acreditavam obter ao invadir a Grécia. Foram derrotados. E Nêmesis estava ali para, eternamente, lembrar que um povo de fibra não se curva diante de um exército de aventureiros.

Acompanhando o noticiário das últimas semanas, com pesadas acusações mútuas entre ilustres cartolas do futebol paranaense; com as mazelas cotidianas em alguns dos principais clubes do futebol brasileiro, destacando-se o desaparecimento do presidente Dualibi, do Corinthians, há dois meses em Londres sem ser encontrado – parece mais fácil o presidente Putin achar um de seus desafetos russos exilados na capital inglesa. Mas, sobretudo, do novo apagão aéreo humilhante para o povo brasileiro e o caos moral do Senado Federal, pensei com meus botões:

Imagino que seria de bom tom, nas atuais circunstâncias, que a sociedade brasileira erigisse, na Praça dos Três Poderes, em Brasília, bem à frente do Palácio do Planalto, um monumento à deusa grega.

Efeito Pelé

A rápida passagem de Pelé por Curitiba gerou uma série de notícias e comentários. Entre eles, marcou a sua polêmica declaração sobre Kaká e Ronaldinho, que dispensaram a seleção na Copa América preferindo recuperar as energias para o início da temporada européia e, se Dunga quiser, para os jogos eliminatórios da Copa do Mundo.

Pelé disse que no seu tempo era um orgulho vestir a camisa canarinho, etc. e tal. Pois bem, foi suficiente para muitos lembrarem que ele não quis disputar a Copa de 1974, mesmo ainda em atividade profissional, já que só encerrou a carreira dois anos depois, jogando pelos Cosmos, de Nova York.

Acontece que Pelé despediu-se da seleção em dois amistosos, um no Morumbi e outro no Maracanã, em 1973, por não desejar ser usado como garoto-propaganda de João Havelange, presidente da então CBD, em sua campanha para presidente da Fifa. Naquele ano ele ganhou o título de Atleta do Século, através de votação direta promovida pelo jornal esportivo francês L´Equipe, com ruidosa festa em Paris e com direito a desfile em carro aberto pela avenida dos Campos Elísios.

Naquela Copa, Pelé estava com 34 anos e o seu desconfiômetro funcionou, impedindo que ele pagasse o mesmo vale de outros veteranos que insistem em alongar a carreira.

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