• Carregando...

A história é irmã da me­­mória, tornando fascinante ter conhecido os personagens que fizeram parte da grandeza do futebol.

O desafio de levantar passagens ocorridas há décadas, conversando com os autores dos feitos, contribui para o nosso senso de realidade, fornecendo-nos experiência vicária.

As aventuras gravadas nas páginas da história do futebol são verdadeiramente infinitas.

Nos últimos meses o Atlético perdeu ídolos que se consagraram como integrantes do Fu­­racão de 1949: Laio, Ivan, Nillo e, agora Cireno, saíram da vida para a eternidade da memória atleticana.

Cireno Brandalise começou a carreira no Guarani, de Ponta Grossa, time que forneceu diversos jogadores para o Atlético. Em dez anos, Cireno mostrou ser craque, goleador e "enfant terrible" que azucrinava árbitros e adversários. Se Caju, a Majestade do Arco, foi titular da seleção brasileira no Sul-Americano de 1942, Cireno não teve a mesma sorte nos preparativos para o Sul-Americano de 1949.

Convocado por Flávio Costa para treinamentos em Caxam­­bu, estação de águas no interior mineiro, Cireno disputava uma vaga na ponta esquerda. Como havia operado o joelho, ele esforçava-se para entrar em forma. Porém, durante um treino ao cobrar escanteio, chutou e passou as mãos no joelho chamando a atenção do técnico que mandou o médico Paes Barreto examiná-lo. Não havia nada de errado com o atacante paranaense, mas foi o que bastou para Flávio Costa fazer média com a imprensa carioca confirmando na seleção os ponteiros Chico, do Vasco, e Ro­­drigues, do Flu­­minense.

O mesmo aconteceu do lado direito, só que Tesourinha, o me­­lhor ponteiro da época jo­­gando pelo Internacional, lesionou-se durante a preparação e foi cortado, confirmando o vascaíno Maneca e Friaça, do São Paulo.

Cireno ficou magoado com aquele episódio, já que representaria o ápice da sua bela carreira defender a seleção no Sul-Americano e, com a conquista do título, consequentemente estaria na Copa de 1950.

Outra passagem envolvendo grande jogador paranaense aconteceu nos treinamentos para a Copa de 1938, na França. Pizzattinho, do Coritiba, era o melhor meia-esquerda do futebol brasileiro, fato destacado pe­­la imprensa da época e reconhecido pelo próprio Tim, do Flu­­minense, que disputou a vaga com ele juntamente com Pe­­rá­­cio, do Flamengo.

Filho de empresário e envolvido na administração dos negócios, Pizzattinho jogava amadoristicamente, tanto que se apresentou a seleção viajando com o seu automóvel particular, coisa rara na época.

Em determinado momento ele percebeu que estava em melhores condições que os dois concorrentes. A preferência do técnico Ademar Pimenta, po­­rém, recaia sobre os craques que jogavam no Rio de Janeiro. Piz­­zattinho, com saudades da noiva, despediu-se de todos, agradeceu ao técnico e retornou a Curi­­tiba e ao Coritiba.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]