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Como lavas descendendo de um vulcão, as evidências da deterioração dos padrões morais e da convivência social alastram-se por todo o território nacional.

Quando esses sintomas do esfacelamento do tecido social e político da nação intrometem-se no dia-a-dia da cidadania e saem das páginas policiais para ocupar as manchetes, é sinal de que a permissividade e a impunidade predominaram sobre os valores morais, a lei e a ordem pública.

Os grandes crimes e escândalos coexistem com o quotidiano das pequenas infrações e violências, parecendo que o país caminha para o reino do que uma filosofa chamou "banalidade do mal".

Nada é proibido, tudo termina sendo permitido e, em conseqüência, todos ameaçam todos. Nesses momentos, o cidadão comum volta-se para dentro de si mesmo em busca de uma explicação para o atual estado de coisas que contribua para apontar uma saída para a crise da moralidade pública no Brasil.

Existe uma aparente unanimidade em todos os segmentos sociais de que vivemos a mais radical e desagregadora crise moral de que se tem notícia no país. O mal que corrói o corpo político espalha-se pela sociedade reservando maiores provações para a nação. A educação e o esporte surgem como saídas naturais para a diminuição da criminalidade e para a recuperação da infância e da juventude brasileira. Porém, lamentavelmente, são extremamente tímidas as políticas públicas para essas duas áreas.

Os políticos e administradores públicos deveriam esquecer um pouco das próximas eleições e pensar nas próximas gerações. Desse jeito estamos construindo uma nação de miseráveis que se contentam com pouca coisa. Vale lembrar o que disse o recém falecido economista Milton Friedman: "não existe almoço de graça". A conta sempre aparece e alguém tem de pagar.

Puskás

O húngaro Puskás virou lenda em vida. Craque raro, talento invejável e impressionante domínio de bola, ele surgiu na seleção campeã olímpica e vice-campeã mundial na Copa de 54 na Suíça. Tão pranteada como a Holanda na Copa de 74 ou o Brasil na Copa de 82, a Hungria empolgou pela magia do futebol apresentado.

Puskás, "O Major Galopante", foi o líder da equipe magiar e abandonou o país depois da invasão soviética em 1956. Naturalizou-se espanhol e consagrou-se ídolo do Real Madrid naquele time encantado de Di Stéfano, Domingos, Del Sol, Gento e outros.

Voltou à Copa do Mundo em 62, jogando pela Espanha, mas deixou um rico histórico na seleção húngara pela qual jogou 85 partidas e marcou 84 gols.

Há dois meses, quando procurei notícias dele em Budapeste, percebi que o povo já estava preparado para o adeus.

E Ferenc Puskás partiu. Foi-se mais um gênio do futebol.

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