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Quem tem o hábito de acompanhar o noticiário político e econômico deve estar impressionado com a queda de padrão das autoridades que representam a maioria dos países no momento.

Além da falta de carisma, algo imperdoável para um verdadeiro líder, verifica-se completa ausência de ideias, reflexões ou sacadas geniais que eternizaram a inteligência de personagens históricos. Evidente que não se pretende a mesma inspiração dos atuais governantes mundiais com a de gênios operacionais da linhagem de Napoleão, Talleyrand, Bismarck, Lincoln, Disraeli, Clemenceau, Roosevelt, Chur­­chill, De Gaulle e outros.

Mas está difícil acompanhar os atuais líderes mundiais que parecem recitar propostas e planos como se fossem relógios de repetição, sempre no mesmo lugar e em torno dos mesmos problemas.

No plano nacional, então, chega a dar pena do cenário político com uma seleção de gente despreparada como jamais se viu na história. Nem falo de ética, moral ou compromisso republicano, mas da limitação de capacidade para o exercício dos cargos. Como faz falta alguém com o nível intelectual e a coragem de um Carlos Lacerda na oposição. Na ausência de uma oposição atuante o lugar esta sendo ocupado pela mídia na caça aos malfeitos públicos.

Futebolisticamente também fomos nos degradando. Fomos aceitando resignados a baixa de qualidade e nosso gosto pessoal foi se deteriorando.

Até parece que nos esquecemos da classe dos craques que construíram a glória do futebol brasileiro no passado. Tudo por causa do relaxo dos dirigentes de clubes na supervisão das categorias de base, onde os técnicos deixaram de ensinar o verdadeiro futebol praticado em nosso país, com dribles, lançamentos, passes, tabelinhas, embaixadas e gols para criar brutamontes de olho no mercado europeu. Acabaram os meias armadores e os atacantes virtuosos com a valorização de volantes e jogadores marcadores.

Nos contentamos com pouca coisa e o torcedor comum tornou-se mais fanático pelo seu time e com menor grau de percepção para o futebol como espetáculo. Tudo alimentado por uma mídia eletrônica que também perdeu o padrão de qualidade nas narrações e nas análises.

Aprendemos a não reclamar dos brutamontes, dos trombadores, conseguimos assistir, sem ficar vermelhos, a partidas empobrecidas e jogadores medíocres que ganham milhões em troca de repertório técnico restrito.

Justificamos a má qualidade afirmando que as coisas mudaram, que não há mais lugar para saudosismos, que futebol se tornou um negócio, que futebol arte é coisa do passado.

Exatamente como alguém que conheceu o melhor nas artes, nos esportes e na política e que se vê obrigado a acostumar-se, mesmo a contragosto, com uma realidade de precariedade em todas as áreas da atividade humana. Pensem nisso e bom domingo a todos.

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