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Ao mesmo tempo em que a seleção realizou mais uma atuação pífia, os cartolas se curvaram diante do presidente da CBF, prestando-lhe perigosa vassalagem.

Perigosa, porque como antecipei no artigo de domingo, Ricardo Teixeira só largará o osso – e que osso! – quando bem entender, pois sabe que basta mexer os cordéis para colocar os presidentes das federações em seu devido lugar. Até mesmo aqueles que ensaiaram uma espécie de motim, recuaram, participando do triste espetáculo amplamente noticiado nas edições de ontem.

Perigosa, porque se o governo não intervier diretamente no COL – Comitê Organizador Local da Copa de 2014 – a Fifa continuará de sobreaviso, de prontidão, pois além da Lei Geral da Copa, que irá a votação mais uma vez, existem inúmeros problemas de infraestrutura nas cidades sedes e nos estádios em construção.

Perigosa, porque, no limite da irresponsabilidade, a cúpula do futebol brasileiro não demonstra preocupação com o trabalho desenvolvido pelo técnico Mano Menezes no comando da seleção. A simples insistência na convocação de Ronaldinho Gaúcho é sinal de que as coisas não estão bem planejadas, já que não se enxerga nenhuma justificativa lógica para a presença do craque em decadência no time principal. E tem mais: Júlio César, David Luiz, Sandro e outros também deixaram a desejar na melancólica apresentação diante da Bósnia, aumentando o grau de insatisfação geral.

Sempre reconheci o trabalho de Mano Menezes, tanto no Grêmio quanto no Corinthians, e, sinceramente, sinto-me desapontado com a sua atuação como selecionador da equipe que representará o país nos Jogos Olímpicos de Londres e, principalmente, na próxima Copa do Mundo dentro de casa.

Lamento as suas indecisões no momento da convocação e indefinições no momento da escalação do time. Não se justificou a escalação de Ronaldinho Gaúcho em detrimento de Ganso, que se encontra em pleno processo de recuperação física e técnica.

E não pensem que é impossível armar uma equipe competitiva e bem entrosada. Basta definir a zaga com Daniel Alves, Thiago Silva, Dedé e Marcelo; um volante dentre tantos que existem por aí, talvez experimentar Kaká como segundo volante; Ganso e Neymar mais à frente, restando apenas definir os outros dois atacantes. Aí é que a porca torce o rabo, pois a atual geração é pobre em valores individuais na peça ofensiva. Não dispomos de goleadores desde a safra de Romário, Ro­­naldo, Adriano, Luís Fabiano e mais um ou outro.

Além disso, é bom ficar atento aos principais concorrentes, como Espanha, Holanda, Alemanha e a Argentina, que começou a pegar jeito, impulsionada pelo grande talento de Messi. Quem conhece futebol sabia que uma hora a Argentina, com todos os valores que possui no momento, ia acertar o pé e começar a se credenciar para o título mundial.

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