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Nas asas do sucesso da seleção e de diversos clubes em competições internacionais nos últimos anos, o futebol brasileiro recuperou o prestígio provocando o incremento de negociações milionárias de jogadores e mesmo de treinadores – se bem que o treinador brasileiro não tem renome na Europa e a classe ocupa os espaços no insipiente futebol dos países árabes e no Japão.

Retornam ricos, cheios de pose e aproveitam-se da ignorância e vaidade de cartolas deslumbrados, impondo salários estratosféricos.

Aos poucos, alguns dirigentes conscienciosos, com responsabilidade e preocupados com os ganhos excessivos, começam a colocar os pés na terra, estabelecendo novas regras. Está apenas começando, mas sinais começaram a ser identificados no horizonte administrativo das associações.

Aqui no Paraná, mercado intermediário no concerto futebolístico nacional, poucas foram as excentricidades cometidas e, mesmo assim, grande parte deu errado. Tanto nas experiências com técnicos quanto com jogadores estrangeiros.

Agora, correndo os olhos pelo noticiário dos nossos times, observo o empenho do Coritiba em oferecer condições de continuidade ao trabalho desenvolvido por Marcelo Oliveira e a preocupação do Atlético em manter Juan Carrasco. As cúpulas da dupla agem com acerto.

Segundo dados do eficiente grupo Helênicos, formado por historiadores ligados ao Cori­­tiba, Marcelo Oliveira está entrando na relação dos técnicos que mais vezes comandaram a equipe – e citaram os recordistas, com os quais tive o privilégio de conviver, como repórter setorista, no final da era do uruguaio Felix Magno; e como narrador e colunista nos tempos de Tim e Krüger.

Apenas para registro histórico, Felix Magno mal conseguia escrever o nome, mas conhecia profundamente futebol, a alma dos homens e sabia comandar. Foi diversas vezes campeão nos anos dourados de Fedato, Bequinha, Almir, Miltinho, Duílio, Ronald e tantos outros. Tim, ao lado de Enio Andrade, foram os técnicos mais competentes que vi em ação. Mudavam o esquema ou as peças durante os jogos e invariavelmente saiam vitoriosos.

Juan Carrasco possui algumas características marcantes da escola uruguaia, que tem na figura do legendário treinador Ondino Vieira o seu principal ícone. Só para ilustrar: Ondino foi o professor de Tim no começo da carreira.

Com muitas virtudes, a maior deficiência de Juan Carrasco é a infelicidade no momento da escolha do jogador que vai sair ou do que vai entrar. Os equívocos cometidos nas partidas com o Cianorte, Ara­­pongas e Coritiba quase custaram a perda do título do primeiro turno. Mas ele possui muitas virtudes e duas delas merecem ser destacadas: modernidade na concepção estratégica do time jogar e comando firme, fazendo com que os jogadores sempre ofereçam uma gotinha a mais de suor.

Os dois são bons e baratos.

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