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Depois da trágica campanha da seleção na Copa, a enorme dívida fiscal dos clubes e o excesso de dinheiro que corre no futebol chocaram o ingênuo torcedor ao ponto de perder um pouco essa aura de fantasia que sempre alimentou os sonhos e as ilusões das arquibancadas.

A queda de braço, verificada em Brasília, entre cartolas e jogadores elevaram os teores da discussão em torno das imprescindíveis transformações que o futebol brasileiro necessita.

O adiamento da votação da Lei de Responsabilidade Fiscal do Esporte desencadeou uma luta por alterações no texto que pode mudar substancialmente o projeto.

O Bom Senso, muito mais lúcido e realista do que o grupo Proforte, vem conquistando aliados importantes tanto no Poder Executivo quanto no Legislativo e a negociação será inevitável para desgosto de muitos dirigentes que se acostumaram a agir como pequenos ditadores.

A comprovação do espírito de napoleões de hospício, que caracteriza boa parte da alta cartolagem, veio em seguida com a divulgação do calendário do futebol para 2015. Ignorando diversas reivindicações, com destaque a necessária revisão dos formatos dos deficitários e desinteressantes campeonatos estaduais, a CBF impôs a sua vontade concedendo apenas alguns dias a mais para a pré-temporada no inicio do ano.

Ficou claro que teremos o embate em duas frentes: uma financeira – o Bom Senso pretende endurecer nas negociações com apoio de parlamentares enquanto não forem incluídos no projeto cláusulas que garantam fiscalização firme e sujeitem os cartolas a punições pesadas em caso de descumprimento do acordo ou atraso no pagamento dos salários – e outra técnica – o Bom Senso cobra mudanças radicais para tirar o futebol brasileiro do atraso em que se encontra, mas dirigentes e treinadores resistem de maneira incompreensível.

A realidade é que a dívida fiscal dos clubes, em condições normais para qualquer empresa, é impagável. O parcelamento, contudo, não é a solução. É fundamental recompor a organização financeira, administrativa e fiscal dos clubes. O pagamento, seja qual for o programa de parcelamento, só será viável com a completa reestruturação dessas agremiações, e isso exige tempo e compromisso de fazer. Talvez uma moratória, de três ou cinco anos, seja uma saída, pois esse instituto suspende a exigibilidade do crédito tributário.

Para que os times voltem a apresentar espetáculos de qualidade e as torcidas retornem em massa aos estádios tornou-se indispensável mudança na CBF, nas federações estaduais e nos clubes. Atenta a todas as mazelas dos últimos tempos e a queda de audiência nos jogos, a Rede Globo – detentora dos direitos de transmissão – resolveu entrar em campo ouvindo os clubes para tentar encontrar o caminho da recuperação técnica e do prestígio do futebol como espetáculo.

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