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O Fluminense tornou-se famoso como o "Rei do Tapetão". E isso vem desde os tempos do advogado José Carlos Vilela quando ele conseguiu na Justiça comum, em 1969, a absolvição do atacante Flávio, suspenso pelo TJD carioca por ter sido expulso de campo. Acompanhei os acontecimentos muito de perto, pois o fraterno companheiro Vinícius Coelho era o setorista do jornal O Globo no Fluminense, que contava com o baiano-paranaense professor Almir de Almeida como supervisor e Telê Santa treinador. Assisti à final do campeonato, só que torcendo pelo outro lado: o Flamengo, com Elba de Pádua Lima, o Tim, como técnico e o goleiro argentino Domingues expulso pelo célebre árbitro Armando Marques logo no começo da decisão com 150 mil pessoas no Maracanã. Aquele título deu o que falar.

E o Fluminense continua reinando, podendo se beneficiar de um erro da Portuguesa que escalou um jogador sem condições de jogo. Só que a jurisprudência abre brecha para salvar a Lusa da pena capital: o rebaixamento em vez do Tricolor carioca.

Em dois julgamentos anteriores neste ano o STJD livrou de punição clubes que usaram jogadores irregulares por entender que não houve intenção, já que as agremiações ignoravam que esses atletas não reuniam condições legais para atuar.

O mesmo Fluminense, que evidentemente não tem nada com o equívoco da Portuguesa, teve o seu título em 2010 questionado pela mesma acusação: utilizar o meia Tartá que foi do Atlético para as Laranjeiras e jogou sem cumprir uma suspensão. Na época, o procurador Paulo Schmitt absolveu o clube campeão entendendo que a conquista deu-se no campo e não poderia ser prejudicado por uma interpretação jurídica.

Não conheço o doutor Paulo Schmitt – que reside em Curitiba –, mas acompanho há tempo a sua atuação na área do direito esportivo e nutro por ele o conceito de pessoa preparada e correta. Tomara que os auditores do STJD tenham o bom senso de fazer prevalecer o resultado do campo sem perder de vista os rigores da lei, para que a imagem do futebol brasileiro não seja ainda mais arranhada.

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EFABULATIVO: O médico Everaldo Sabbattini é um atleticano apaixonado por futebol e durante o tempo em que clinicou em Criciúma prestou serviços ao Metropol, famoso time daquela cidade catarinense na década de 1960.

Aposentado e gozador, passou a fazer parte da nossa turma de fim de tarde. Entre tantas histórias ele contou esta passagem do uruguaio Félix Magno, várias vezes campeão como técnico do Coritiba, as vésperas da renovação do contrato. Foi contada sem preocupação idiomática, mas como ele ouviu a declaração de Félix Magno pelo rádio: "Primeiramente ai que discutir las lubias, entonces el montante mensal, despues las gratificaciones e jamás olvidar de uma buena alimentacion para trabajar siempre com la cabecita fresca...".

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