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A unificação dos títulos desde o primeiro campeonato nacional de clubes, em 1959, vencido pelo Bahia vai alterar o ranking dos campeões brasileiros.

Teremos variadas reações, especialmente por parte de torcedores do São Paulo e do Flamengo, atuais detentores do hexa (N.R.: apesar da polêmica flameguista da Copa União de 1987 com o Sport), que ficarão dois títulos atrás de Santos e Palmeiras.

Será mais combustível para abastecer as conversas futebolísticas em salões, bares e botequins.

O futebol também vive desse tipo de rivalidade entre os mais apai­­xonados torcedores. Mas a de­ci­­são da CBF significa o resgate histórico do futebol brasileiro que demorou muito tempo para ser sistematizado em padrões modernos.

Sou favorável a unificação, pois se fará justiça a dois times que comandaram as emoções do nosso futebol na década – ou seria decênio? – de 1960, exatamente quando iniciei a minha carreira como jornalista e radialista esportivo: Santos e Palmeiras. Assistir as apresentações do Santos de Pelé e do Palmeiras da Academia provocava o mesmo prazer e satisfação do que ver, hoje em dia, o Barcelona.

O Bahia foi uma zebrinha que correu solta, mas os outros beneficiados com um título a mais – Cruzeiro e Botafogo – também fi­­zeram por merecer, afinal eram equipes recheadas de craques e que alegravam as tardes de domingo.

Sob o comando de Tostão o time mineiro parecia uma máquina de jogar futebol, enquanto que o Botafogo era pura sinfonia nos gramados. Houve duas gerações de campeões no Botafogo e tive o privilégio de conhecê-las no Mara­­ca­­nã: a primeira, com Nilton Santos, Didi, Garrincha, Amarildo, Qua­­rentinha e Zagallo, com Sicupira lutando para ganhar espaço na­­quela constelação; a segunda, com Gerson, Afonsinho, Jairzinho, Paulo César Caju, Rogério e Ro­­berto Miranda.

Voltemos aos novos maiores campeões. Para vocês terem uma ideia do poderio do Pal­­meiras, no dia da convocação dos jogadores para a Copa do Mundo de 1966, o time estava concentrado no Clímax Hotel, que havia na rua doutor Muricy, para um amistoso com o Coriti­­ba no dia seguinte. Como repórter da Rádio Guaira­­cá e da Tri­­buna do Paraná levei um rádio através do qual ouvimos a convocação no restaurante do ho­­tel, ao lado de Valdir Moraes, Djal­­ma Santos, Ze­­qui­­nha, Gil­­do, Julinho Botelho, Tu­­pã­­zinho, Servilio e outros. Na­­da menos do que oito jogadores da Academia foram convocados.

E o Santos ? Bem, já se viu, ouviu e leu tudo sobre os anos dourados daquele que derrubou todos os campeões europeus e encantou o mundo com a sua arte rara de jogar futebol. Sugiro que todo amante do futebol assista ao filme "Pelé Eter­­no", pois lá está a explicação para o maior fenômeno futebolístico de todos os tempos.

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