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Começa uma quinzena de decisões pelos títulos da Libertadores e da Copa do Brasil, chamando atenção as semelhanças entre Corinthians e Coritiba na forma de jogar. Há algum tempo a moda é falar nas duas linhas de quatro, como símbolo de uma marcação segura.

Esbaldam-se os ex-jogadores transformados em comentaristas para "vender o peixe" aos ouvintes do rádio e da televisão e os jovens comentaristas que se debruçam sobre o iPod em suas pequisas com muitos dados estatísticos para rechear as análises.

Mas caiu o padrão cultural da crônica esportiva brasileira – especialmente a eletrônica – e quanto a isso não pairam dúvidas, entretanto, é inegável que a discussão em torno das estratégias e o endeusamento aos técnicos como se fossem eles, e não os jogadores, que ganham e perdem em campo está divertida. Erros de português perdoados e exterminadores do plural à parte, vamos ao debate.

Quando o time não consegue marcar, vem o treinador e diz que o ataque não fez gols porque o outro time tinha oito jogadores atrás da linha da bola – duas linhas de quatro. A maioria das equipes joga desse jeito, destacando-se o equilíbrio tático nos confrontos da Eurocopa, com partidas arrastadas, chatas e quase sem nenhuma criatividade. Até o futebol da Espanha ficou chocho.

Esse tipo de marcação não é novidade e nem sempre é eficiente. Para funcionar bem, defensivamente, as duas linhas de quatro precisam ficar recuadas e sem espaço entre elas. Os meias de ligação recebem a bola entre os zagueiros e volantes aumentando a dificuldade para a armação de jogadas ofensivas, não sobrando espaço para os lançamentos longos atrás dos zagueiros.

Uma das maneiras de vencer esta marcação é pressionar e tomar a bola no campo do adversário, quando a defesa estiver se reorganizando. Outra, são os chutes de fora da área ou, aquilo que anda cada vez mais raro, a jogada individual com o drible e o arremate certeiro. Aí é que entram craques como Cristiano Ronaldo, Messi ou Neymar. O Boca também atua dentro desse modelito, mas o Corinthians pode surpreender pela pegada na marcação e a possibilidade do elemento surpresa na marcação do gol com Danilo, Paulinho ou Liédson.

O Coritiba joga de maneira semelhante ao Corinthians, sem um homem de referência no ataque, girando o time inteiro e procurando chegar ao gol através de quem estiver em melhores condições no lance. Por isso, em 10 gols assinalados no campeonato nacional, o Coxa contou com 9 artilheiros.

Subiram as cotações de Tite e Marcelo Oliveira no mercado, mas as ações de Felipão se recuperaram nos últimos dias pelo quase milagre de ter conseguido classificar o frágil time do Palmeiras para as finais da Copa do Brasil. Como vejo leve vantagem do Corinthians sobre o Boca, sinto que o Coritiba entrará mais encorpado no duelo com o Palmeiras.

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