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Não existem indicadores de que se arrefeça a violência que tomou conta dos estádios brasileiros. Tivemos dezenas de episódios dramáticos nos últimos anos e as autoridades policiais e esportivas têm demonstrado absoluta incapacidade para encontrar uma solução para o grave problema que tem tirado vidas de pessoas que saem de casa em busca de diversão.

Estádios, clubes e torcidas institucionalizadas são responsabilizados pelo que acontece no campo e no entorno dos locais de jogos, mas a desordem persiste.

O caso mais recente ocorreu na partida entre Flamengo e Corinthians, no Maracanã, quando torcedores do time paulista tentaram invadir a área reservada para os flamenguistas. Três dias depois, no Mineirão, um torcedor do Cruzeiro foi massacrado (e morto) no jogo do seu time com o Grêmio, pela Copa do Brasil.

Trinta torcedores corintianos continuam detidos na prisão em Bangu e responderão pelos crimes de lesão corporal contra policiais, dano, resistência, promoção de tumulto em eventos e associação criminosa.

Até agora o STJD apenas proibiu a presença de torcidas organizadas do Corinthians nos jogos e fechou o setor norte da arena Itaquera. Esse mesmo STJD que, em 2009, aplicou a pena da perda de 30 mandos ao Coritiba por causa da invasão de campo da torcida na partida que determinou a sua queda para a Série B. No julgamento, em grau de recurso, a pena foi reduzida para a perda de 10 mandos.

O mesmo aconteceu com Atlético e Vasco, na batalha de Joinville, na queda do time carioca para a Segundona, quando perderam 12 mandos. Mais adiante a punição baixou para nove jogos.

Quantos mandos o STJD vai tirar do Corinthians?

Condenar as turbas com designativos de vândalos, bandidos, adensar forças policiais em estádios, continuar a usar meios tradicionais, como punição a clubes, não conseguirão eliminar a violência das torcidas organizadas.

Mais cedo ou mais tarde, os atos voltam. Não se trata de promover programas para a elevação de padrões comportamentais, a reeducação de semialfabetizados, ações de marketing cultural ou coisas do gênero.

O futebol brasileiro precisa sofrer profunda reestruturação que passa, obrigatoriamente, pelo afastamento da atual cúpula da CBF e novo alinhamento político dos clubes que têm a oportunidade única de assumir o comando.

Se os promotores dos espetáculos e controladores das torcidas organizadas não tiverem a audácia e a capacidade de tomar o poder agora, diante do impressionante enfraquecimento ético e moral da Fifa e das confederações continentais e nacionais, dificilmente o futebol encontrará outra oportunidade para acabar com o ‘Jogo da Violência’.

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