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O torcedor atleticano tem consciência de que o time ficará no sufoco até o fim do campeonato. Vítima de más contratações de jogadores e infelizes experiências com treinadores, o Atlético começou muito mal, não conseguiu se estabilizar e segue encontrando dificuldades contra qualquer tipo de adversário. Aliás, diante de adversários com maior envergadura, a equipe se sai melhor ou, pelo menos, consegue apresentar ritmo compatível com a expectativa do público. Foi assim contra Fluminense, Internacional e Vasco, apenas para citar os últimos. Entretanto, diante de rivais que não são tão poderosos e preparam esquemas mais defensivos, como ocorreu com o Ceará, ontem, o Furacão revela limitação técnica e, sobretudo, carência de valores individuais com recursos para tirá-lo do sufoco.

O Ceará iniciou a partida de forma cautelosa e quase conseguiu alcançar o seu principal objetivo, que era não perder. Para isso tentou valorizar a circulação da bola do meio para frente e contou com a colaboração do árbitro Sálvio Spínola Fagundes, que anulou um gol legítimo de Nieto e permitiu que o goleiro Fernando Henrique fizesse cera desde o primeiro minuto, repetindo o que ocorreu na final da Copa do Brasil, quando o goleiro Fernando Prass, do Vasco, deitou e rolou – retardando o reinício da partida e prejudicando o Coritiba, que corria contra o tempo –, utilizando-se do mesmo expediente com o mesmo apitador.

Paulo Baier mais uma vez salvou a lavoura, cobrando uma falta de média distância de forma magistral, sem chances para o arqueiro cearense, decretando o placar de 1 a 0.

O Ceará despertou e procurou adiantar a marcação, até porque só conseguiria coisa melhor se demonstrasse um pouco mais de ousadia. Aí a defesa rubro-negra bateu cabeça à vontade, e o goleiro Renan Rocha teve de operar grandes intervenções até o apito final.

A meia-cancha caiu verticalmente de produção, com a discreta atuação de Marcelo Oliveira e o visível desgaste físico de Cléber Santana na etapa complementar. Sobrou para Deivid, novamente um gigante no combate, na marcação e na saída para o ataque, bem secundado por Manoel, que cumpriu boa jornada, e Paulo Baier, que, mesmo sem a mesma disposição física, jogou com inteligência, bem posicionado ali pela zona da chamada meia-água, entre a intermediária e o ataque, compondo algumas ações ofensivas que só não resultaram em gol pela nulidade técnica de Guerrón e a falta de intimidade de Nieto com a pelota.

A torcida voltou a jogar mais do que o time e comemorou, aliviada, o dramático triunfo sobre o Ceará, sabendo que o sufoco seguirá até o fim.

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