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Ao superar a marca do Palmeiras com 22 vitórias consecutivas, o Coritiba conquistou verdadeiro título nacional como novo recordista.

Trata-se de um feito que deve ser ruidosamente comemorado pela torcida coxa-branca, juntamente com o título de campeão paranaense invicto, logo mais, no Alto da Glória.

Para chegar à grande marca, em 1996, o Palmeiras, comandado por Vanderlei Luxem­­burgo e nas asas da bem-sucedida parceria com a Parmalat, conseguiu formar um dos mais completos elencos do futebol brasileiro em todos os tempos. A maioria era de jogadores com passagem pela seleção brasileira e a desabalada carreira acumulando triunfos em cima de triunfos foi consequência natural de sua indiscutível superioridade técnica sobre os adversários.

Não é o caso do Coritiba. Antes, pelo contrário, a fantástica escalada vitoriosa do Coxa não tem nada de elenco estelar ou de excesso de recursos financeiros. É fruto, única e exclusivamente, da união de grupo na mais perfeita sintonia entre a diretoria, a comissão técnica e os jogadores.

Outro dia li nesta Gazeta que o psicólogo Gilberto Gaertner, contratado pelo Atlético, disse que a partir de agora o seu trabalho de apenas três semanas com os atletas começará a ser sentido no campo. Não é bem assim, caro doutor Gaertner.

Os longos anos de vivência no futebol me autorizam a afirmar que antes de ajustar a cabeça dos jogadores é necessário ter o controle sobre as ações e reações dos dirigentes. Não raras vezes é mais importante acertar a cabeça dos comandantes do que dos comandados.

Temos um exemplo clássico no próprio Atlético durante a retumbante campanha do título brasileiro de 2001.

O presidente Marcos Coelho contratou os serviços da conceituada psicóloga Suzy Fleury e, antes de ela manter o primeiro contato com os jogadores, realizou uma sessão com toda a diretoria do clube em salão privado do Hotel Rayon. Foi um sucesso, tanto que os cartolas só brigaram entre si por inveja, ciúme ou simples disputa de espaço quando o título já estava praticamente assegurado.

O mesmo se aplica, hoje, ao Coritiba, que antes de iniciar a caminhada em busca da redenção técnica tratou de juntar os cacos e iniciar a recuperação moral, administrativa e financeira, ao mesmo tempo em que lutou no tribunal esportivo para tentar diminuir o tamanho da pena que lhe seria imposta após os incidentes do jogo que rebaixou o time no Brasileiro.

Mesmo tendo de enfrentar as enormes dificuldades financeiras e a imensa fogueira de vaidades internas, o líder da recuperação coxa-branca – Vilson Ribeiro de Andrade – não perdeu de vista a importância de criar um clima de união e colaboração entre os profissionais. Em vez de um simples elenco competitivo, criou-se no Coritiba uma verdadeira família. Os resultados positivos estão aí.

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