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Em retrospecto, a verdade é simples. O Atlético há muito tempo vem fazendo tudo errado no seu departamento de futebol. Não vale a pena cutucar o mau humor da sofrida torcida atleticana, mas só para refrescar a memória é importante destacar que o time vem lutando há anos contra o rebaixamento, até que se materializou em 2011 – na temporada em que os dirigentes tiveram a (in)capacidade de mudar seis vezes de técnico e de contratar dezenas de jogadores que não resolveram nada, com destaque especial ao uruguaio Morro García.

O Furacão conseguiu retornar à Série A apresentando futebol sofrível, insistindo na troca de técnicos e na aquisição de jogadores inexpressivos, mas vencendo ao trancos e barrancos, avançou movido a lampejos esporádicos, escapando por pouco de um grande vexame na última partida diante do Paraná.

Neste ano parece que os cartolas se esmeraram na arte de machucar o coração do torcedor proibindo o contato dos profissionais e, consequentemente dos raros ídolos, com a imprensa; ignorando o Estadual e, obviamente, escancarando as portas para mais um título do maior rival que, ao conquistar o tetra, comemorou ruidosamente em cima do próprio freguês de caderno; e, finalmente, acreditando que possuía uma grande comissão técnica e um time titular arrasador.

Esta aí o treinador Vagner Mancini com um senhor abacaxi para descascar: manter a frágil equipe viva na Copa do Brasil e tirá-la da incômoda zona do rebaixamento no Campeonato Nacional. Contratando aos magotes, sem qualquer critério ou consulta ao técnico de plantão, o Atlético continua com a prateleira cheia e sem qualidade para formar um time competitivo.

Não é preciso recorrer a algum tipo de levantamento profundo para comparar a categoria dos elencos formados pelos 20 participantes do atual campeonato. Basta comparar com as contratações pontuais realizadas pelo Coritiba, inclusive do avante Bill que, ao vestir a camisa alviverde, mostrou-se mais eficiente do que todos os atacantes que vestiram a camisa rubro-negra nos últimos cinco anos. Por essas e outras que tenho observado a fiel torcida atleticana exausta.

Aprendi, através de tanto tempo no futebol, que torcer é se contorcer e remoer por dentro. É a sensação de estar esticando e distendendo as fibras e tendões dos nossos desejos e sentimentos, colocando as emoções em campo como se estivessem misturadas aos músculos dos atletas e às trajetórias da bola. Mas já tem torcedor jogando a toalha.

***

Efabulativo: Na homenagem em que o Botafogo fez aos seus craques do passado, em festiva reunião no Rio de Janeiro, Amarildo – o Possesso da Copa de 1962, no Chile, que substituiu Pelé à altura –, 73 anos, virou-se para o companheiro ao lado e disparou:

­– Sabe quem também está vivo? Cacá, o lateral direito.

– Eu sei. Eu sou o Cacá...!

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