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A contratação do alemão Lothar Matthäus como técnico do Atlético tem provocado as mais diversas reações.

Para muitos não passa de uma tacada de marketing para divulgar o nome do clube, o mais moderno do país que, por se encontrar fora do eixo Rio – São Paulo, não recebe atenção da mídia.

Ora conquistando espaços no campo de jogo, através de destacadas campanhas em campeonatos nacionais e, sobretudo, na última Taça Libertadores da América, ora procurando chamar a atenção por suas realizações patrimoniais, a verdade é que o Furacão está acontecendo.

Apesar das restrições da maioria da crônica esportiva brasileira em relação ao principal dirigente atleticano, o time tem merecido comentários favoráveis.

No que diz respeito à contratação de Matthäus, parece evidente a busca das manchetes, entretanto o Atlético não deixa de ter as suas razões quando procura uma alternativa internacional diante da escassez de valores e dos altos salários exigidos pelos poucos verdadeiramente competentes treinadores do país.

No passado, começando pelo húngaro Dori Kuschnner, que no final da década de 30 veio ensinar a tática do jogo aos brasileiros, no comando do Flamengo, tendo Flávio Costa como seu mais destacado discípulo, passando pelo uruguaio Ondino Vieira – inspirador de Elba de Pádua Lima, o Tim, como técnico –; pelo paraguaio Fleitas Solich, tricampeão carioca pelo Flamengo; pelo húngaro Bella Gutmann, campeão pelo São Paulo, ou pelos argentinos Jim Lopes, Filpo Nunes, González e outros que deram a sua contribuição ao desenvolvimento tático do futebol brasileiro.

A tentativa com Lothar Matthäus não deixa de ter os seus encantos, se bem que a torcida está mais a fim de ver a contratação de bons jogadores, porque anda meio cansada de resignar-se com vices-campeonatos importantes.

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Efabulativo: Jorge Vieira, técnico campeão carioca pelo América em 1960, projetou-se e dirigiu diversos times, aqui e no exterior, inclusive com a conquista de dois títulos paranaenses pelo Coritiba, contava interessante passagem pelo Iraque.

Trabalhou durante uma temporada dirigindo a seleção iraquiana e, volta e meia, era chamado ao palácio para conversar com o ditador Sadam Hussein. E, de vez em quando, Sadam aparecia no vestiário antes de alguma partida importante para ouvir a preleção do treinador.

Jorge Vieira só se comunicava através de interpretes, até que em seu último dia no país foi agradecer a atenção e despedir-se de Sadam. Para surpresa do técnico, o ditador conversou fluentemente em espanhol, e disse que preferia agir dessa forma para não ser enganado por ninguém, já que dominava mais três ou quatro idiomas ocidentais.

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