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Há uma voz, uma retardada advertência, a nos acompanhar a cada feito da vida, como a dizer que seria preferível termos procedido de outro modo. Abrem-se diante de nós as veredas da escolha, gozamos a alegria do livre arbítrio, e a caridosa voz nos sentencia: "Eu não disse ?" Não disse nada, é apenas a censura à nossa má escolha, a quieta mãe que nada disse e no entanto é a vidente acertada e invisível.

Pois bem. Aí estão Atlético e Paraná lutando contra o fantasma do rebaixamento como conseqüência da decadência técnica do futebol paranaense que carece de melhor organização em sua Federação para a recuperação do campeonato estadual, útil laboratório para as competições de maior envergadura.

Saindo de campeonatos estaduais sofríveis nos últimos anos, as nossas equipes ficam sem parâmetro e encontram dificuldades para se impor nos desafios nacionais e internacionais.

A queda do Coritiba para a Segunda Divisão foi dolorosa tanto quanto o afastamento do Londrina dos torneios nacionais, ao mesmo tempo em que os torcedores paranistas e atleticanos estão apreensivos com as suas equipes na Primeira Divisão.

Sem qualquer resquício de planejamento e improvisando a cada novo tropeço, os nossos dois representantes na principal divisão brasileira realizam campanhas irregulares e, pelo jeito, seguirão até o final lutando apenas contra o rebaixamento. Estas são as evidências que cercam a dupla.

Na rodada de ontem, o Paraná recuperou-se ao vencer o Corinthians, com mais um gol do artilheiro Josiel, mas como a partida foi tecnicamente fraca não serviu para a torcida voltar a acreditar em uma arrancada do time.

O jogo foi disputado com ardor e em ritmo acelerado, porém despido de maior brilho tendo em vista as carências das equipes em campo o que, aliás, tem sido a tônica do atual Campeonato Brasileiro.

Mesmo vitorioso, o técnico Lori sabe que terá muito trabalho para manter a equipe nos trilhos.

O Atlético, que havia se apresentado bem em Goiânia, realizou péssimo primeiro tempo no Maracanã e melhorou um pouquinho na etapa complementar, mas acabou derrotado pelo Fluminense.

Antigos problemas se repetiram no time atleticano, tais como a saída de bola sem qualidade, apenas na base de chutões para frente, com os alas Jancarlos e Edno jogando abaixo da crítica e apenas Valência e Ferreira com lucidez do meio para frente.

Parece claro que a maneira mais prática de o Atlético tentar evitar o pior é impor-se em casa.

Com tantos problemas no elenco, com destaque a sentida ausência do goleador Alex Mineiro, e diversas deficiências técnicas o Furacão terá de jogar com garra e contar com o apoio da torcida para pressionar os adversários dentro da Arena da Baixada. E não precisa ser vidente para perceber isso.

tostaocoluna@hotmail.com

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