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A essência do futebol é o exercício da bola no pé e pronto. O resto fica lá na periferia da linguagem de quem teima em explicar o óbvio.

Nesse sentido, todo início de ano a história dos gramados apresenta-nos uma gama extensa de variações. Mas não se pode confundir a experimentação tática e técnica de que se vale um treinador para encontrar seu esquema ideal de trabalho com o desempenho efetivo do atleta em determinado jogo, seja amistoso ou oficial.

Ora, o argumento dos treinadores sobre o primeiro jogo desta etapa, mais uma vez, é que estão preocupados com a proteção dos jogadores, que vêm de uma pré-temporada, e que o tempo de preparação não é suficiente.

Posso até concordar com isso quando considero, principalmente, que alguns atletas vieram de contusão, como Pedro Ken e Dinélson, jogadores do Coritiba.

Na tentativa de fugir das discussões a respeito do óbvio, quero verificar como tudo isso se processa dentro do campo. Para tanto, tomo como exemplo o jogo desse fim de semana, Coritiba x Fluminense, no sábado. A partida que deu início às comemorações do centenário do time do Alto da Glória, e este perdeu por 1 a 0. Mas, sem pessimismo, torcedor coxa! Menos mal que o jogo tenha sido em 17 de janeiro, não é mesmo?

Sob uma perspectiva tática, o técnico do Coritiba, Ivo Wortmann, inicialmente optou por duas linhas de quatro. Com essa postura, os alas Márcio Gabriel e Vicente pouco apareceram em apoio ao ataque. Quem se desprendeu e até finalizou duas vezes foi Rodrigo Pontes. O grande talento, mais uma vez, foi Marlos, que fez boas jogadas, demonstrando que o bom futebol apresentado nas últimas partidas do ano passado não foram resultado do acaso.

Ainda no primeiro tempo da partida, Ivo Wortmann mudou o posicionamento do time coxa, ao fazer três substituições, concomitantemente. Saíram Pedro Ken, Rodrigo Pontes e Marcos Aurélio para a entrada de Dinélson, Leandro Donizete e Ariel.

Com essa modificação, o Coritiba passou a jogar no 3–5–2, com Rodrigo Mancha atuando como zagueiro. A partir daí, os alas Márcio Gabriel e Vicente foram mais contundentes no apoio ao ataque.

Para a etapa complementar, quando se esperava a efetivação do esquema proposto no primeiro tempo, o técnico do Verdão modificou toda a equipe, perdendo aquela dinâmica conquistada no final da etapa inicial.

Agora, quem soube aproveitar o momento foi Adriano, que substituiu Marlos com muita personalidade, traçando desde o início do roteiro de seu sucesso no time do Alto da Glória. Vai depender, é claro, das oportunidades que tiver, pois tem condições de repetir o feito de sábado por muitos outros jogos.

Ao contrário de muitos, Adriano, no pouco tempo que jogou, procurou mostrar tudo que sabe, valendo-se apenas do talento e esforço físico que lhe são peculiares. Sem reclamar. É isso.

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