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Na festa de aniversário do Coritiba, cheguei ao Couto Pereira para realizar o meu trabalho. Enquanto cumprimentava alguns torcedores felizes com a comemoração, outros me questionavam (meio preocupados) sobre os dois últimos jogos do time. Conversei quando pude. Desconversei quando julguei necessário e me dirigi à cabine da Rádio Banda B, de onde comentei a partida. Dali de dentro, apenas como analista esportivo, com um olhar atento, não pude deixar de observar (há muito queria escrever sobre isso) a influência que aquela torcida exercia sobre seu time.

Afinal, as estatísticas registram 88% de aproveitamento em partidas realizadas no Alto da Glória. E, observando, percebi que o público ali presente era formado por mais do que simples torcedores: eram idéias vivas se agitando, colorindo todo o estádio – cada um à sua maneira – com a marca do Coxa, apontando para a vitória do otimismo.

Foi nesse clima que o Criciúma fez seu aquecimento em campo, tomando consciência de que deveria jogar contra quase 36 mil coxas-brancas. E se intimidou.

Assim, o jogo começou favorável ao Alviverde. Quando Keirrison inaugurou o placar, o time catarinense abriu para buscar o empate, permitindo ao Verdão os contra-ataques, que não resultaram em gol porque Pedro Ken e Ricardinho jogaram conduzindo demais a bola, e Gustavo não saía em velocidade. Além disso, faltava um volante para proteger a zaga.

Na fase final, René Simões acertou o posicionamento do meio-de-campo e Henrique Dias (que substituiu Gustavo) esteve na cara do gol e finalizou mal. Assim como Pedro Ken que, na pequena área, chutou a bola no travessão. Intranqüilidade à parte! Se o Coritiba deixou a desejar no gramado, contudo, venceu e continua quebrando a cada jogo seu próprio recorde de público.

Tal situação faz com que o Verdão tenha no torcedor que ali grita e empurra seu time um parceiro da equipe. E se esse parceiro se cala, muitas vezes apreensivo, o jogador, lá do gramado, abre os braços e pede ajuda, a exemplo do que fizeram Anderson Lima e Édson Bastos, porque ali na arquibancada o jogo também não pode parar.

Em obediência a esse gesto, e entendendo a reivindicação, a fiel torcida tira não sei de onde mais força e constrói um espetáculo cada vez mais interessante, principalmente, no plano emocional. É como se dissesse: "Estamos juntos!" Aí, sim, pega fogo e segue o baile porque a festa é coxa. E a torcida alviverde é a grande estrela do dia.

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