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Armando Marques tinha seus trejeitos, chamava a atenção, roubava o espetáculo, e foi considerado um dos melhores apitadores. Uma exceção, porém.

O bom árbitro, em regra, é aquele que ninguém vê no campo. É o sujeito que quanto mais no anonimato estiver, melhor irá escrever seu nome na história. Os escritores são assim também. Alguns se recolhem a tal ponto para não aparecer, que a própria atitude configura a sua marca. Caso do mais talentoso contista aqui da terra, Dalton Trevisan. Fica muito claro que a autopromoção, no caso dos escritores, banaliza a obra. Assim como os árbitros e os técnicos de futebol. É compreensivo, porém, que há segmentos que sobrevivem graças à promoção pessoal. O que é outra coisa.

Os clubes se destacam pela criatividade do marketing, ou então naturalmente pela obra e genialidade dos jogadores. Presidente e técnico, quando muito, podem ser reconhecidos somente algum tempo depois, dependendo de uma série de fatores. Jamais dividindo as honras durante os grandes momentos. Quando Botafogo e Santos apareciam nos jornais e revistas como os melhores times do planeta, não havia nenhuma menção a presidentes e treinadores.

Se a entidade está enferma, a exposição midiática também é forte. O clube, embora pelo lado negativo, ganha espaço. De fevereiro até agora, Paraná e Atlético foram os protagonistas dos noticiários esportivos, pelo lado negativo. Aquele, pela saraivada de problemas internos, este, pelo abismo técnico dentro de campo. E ganharam holofotes.

O Coritiba ficou quieto. Sem crítica, sem elogio. Rogério Bacellar, recém-eleito, foi discreto. Não polemizou a gestão anterior. Dentro de campo, serenidade. É o melhor time do campeonato, independente do resultado de amanhã. A postura coxa-branca, em todos os sentidos, é a mais coerente, dentro de um campeonato medíocre. O melhor mesmo é ficar quieto. Sem turbulências, o Coritiba tem se conduzido com sabedoria e descrição. Melhor assim. Afinal, muitos cartolas que desafiam o comportamento adequado, mascarando com autoritarismo a falta de argumentos para controlar o jogo, não têm a moral de Armandinho, e ainda correm o risco de escorregar como Jorge Emiliano, o Margarita. Lembram-se dele?

Oh, céus

Marco Polo Del Nero, aos 74 anos, foi empossado presidente da CBF, para um mandato que “pode ser de dois, seis ou doze anos”, segundo o próprio. Disse ainda que vai modernizar o futebol brasileiro.

Perguntado sobre o movimento que existe para a criação de uma Liga para gerir o futebol brasileiro, respondeu com, digamos, doçura: “Não vejo razão para isso. Estamos fazendo tudo certinho”. Então, tá.

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