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Todo crescimento desperta curiosidade e gera fiscalização. Faz parte do homem, da natureza, da vida. Não poderia ser diferente com os times de futebol em ascensão. O Coritiba – hoje mal – penou depois da 10.ª rodada, quando Alex e companhia sobravam em campo. A caçada passou a ser forte em cima do craque. O mesmo aconteceu com o Paraná. As triangulações geométricas traçadas pelo treinador estão sendo apagadas. Também vazou o segredo de Vagner Mancini. A veloz transição dos setores e o estilo vertical do Atlético foram detectados e neutralizados pelos radares de São Januário e das Laranjeiras.

A espionagem no futebol é um recurso lícito. Depois do bicampeonato mundial pelo Brasil em 1958 e 1962, os europeus armaram um esquema para impedir o tri na Copa da Inglaterra: jogo duro, marcação forte e jogadas aéreas. Deu certo e os quatro finalistas – URSS, Portugal, Alemanha e Inglaterra – tinham as mesmas características. Os ingleses foram campeões. Em 1970, o Brasil teve preparo europeu, sem abdicar da técnica, e chegou outra vez ao título.

O futebol é simples. Não precisa de Snowden ou de qualquer técnico da CIA para revelar ou evitar espionagem. O país, sim. Se o governo remunerasse técnicos para o sistema de inteligência de defesa, com salários próximos aos de treinadores de futebol – de Luxemburgo, por exemplo – ninguém entraria na nossa área. Serve de consolo, porém, tanto no futebol quanto na soberania nacional, que isso significa respeito pela evolução. Afinal, nenhum exército bombardeia ruínas. Ninguém chuta cachorro morto.

A cor da bola

Recebo do leitor Jean Lebois este recado: "Caro Militão, não se vê mais a bola nos jogos deste campeonato. A cor principal é um misto de vermelho com alaranjado. Por favor, voltem a usar bolas brancas!", protesta.

Concordo com você, Jean. A gorduchinha que está aí parece um vulto arredondado. É a lenda do boitatá. O verde contrasta melhor com o branco. Imagine linhas divisórias azuis, traves vermelhas... A bola deve reluzir no campo como o brilho da estrela d’alva se destaca no céu. A bola é protagonista. É como o artista no palco. O designer que lambuzou as bolas com traços psicodélicos deveria aprender o inglês na escola do Joel Santana. Eu prefiro simplicidade e clareza. Com todo o respeito.

Regra clara?

Começo de jogo Brasil x Uruguai pela Copa das Confederações e pênalti para eles. Na cobrança, o goleiro Júlio César adianta-se e pega. Festa da torcida no Mineirão. O juiz, um chileno, deu voto contrário aos "embargos infringentes". Não mandou repetir a cobrança. As regras não são claras, são subjetivas. O que vale é a interpretação. Fantasiando eu pergunto: caso o árbitro daquele jogo fosse o ministro Celso Mello, a cobrança do pênalti seria repetida?

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