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Amanhã é dia de Oscar, o maior referencial do cinema no planeta. Mais ou menos como a Copa do Mundo é para o futebol. A estatueta que premia os melhores é a grande cobiça dos envolvidos com esta arte magnífica que é o cinema. Poucos ousariam recusá-la. Acho que até mesmo Dieguito Maradona, se fosse ator premiado, iria recebê-la. O Marlon Brando mandou uma índia buscar o troféu pelo Poderoso Chefão, mas em o Sindicato dos Ladrões esteve presente e aceitou o prêmio. Se não me engano, houve apenas outro ator que recusou a famosa estatueta. Os nossos conceitos sociais e ideológicos às vezes são traídos pela vaidade – "vaidade das vaidades, tudo é vaidade" – o que, diga-se, não é nenhum pecado. Ou se é, é um pecadinho perdoável e sem necessidade do sacramento da confissão. Então, dá-lhe Holly­­wood e... vamos pro jogo, como diz o Felipe Lestar.

Bem, por falta de tempo e até por opções na programação, não assisti mais do que três dos nove filmes indicados para a disputa de amanhã. Em A Dama de Ferro, outra vez a interpretação de Merryl Streep arrasou. O filme em si e a história de Thatcher não me seduziram. Os descendentes é bom, acrescentado pelo final que é imprevisível. Mas O Artista foi, para mim, o melhor.

Uma das tantas leituras que tive assistindo O Artista é a de que precisamos de silêncio. Como é bom um filme mudo! Ainda mais com o conteúdo brilhante que ele tem. Hoje em dia as pessoas falam muito. Falam alto. Falam abobrinhas demais. É tagarelice em todo o lugar. Nas ruas. Nos elevadores. Nas caixas de som dos automóveis. Celular, então, passou da conta. É um desrespeito total aos decibéis toleráveis. Haja tímpano!

Na sala do Mueller onde assisti O Artista, o silêncio foi absoluto e raro. Acredito que inibiu pipocas e celulares. Parece que a dupla fez greve sonora. O ambiente no cinema foi de uma serenidade digna para meditação de monge budista, e ideal para se aprofundar no conceito do resgate. Resgate que me trouxe à memória Garrincha, Chaplin, Cantin­­flas e outros ícones.

É interessante comparar o velho com o novo. O avanço tecnológico é fantástico, mas ao mesmo tempo cruel. É preciso muito critério, bom senso e isenção para comparações de épocas distintas. Assim é possível, seja no cinema, na música ou na bola. Mas Chaplin, Cantinflas e Gar­­rincha são incomparáveis. São atemporais.

"A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso cante, chore, dance, ria e viva intensamente, antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos", disse Chaplin.

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