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Há um mês conversei com o ministro do esporte Al­­do Rebelo sobre a Co­­pa do Mundo e os Jo­­gos Olím­­picos. Foi um encontro informal onde junto estavam outros colegas de profissão. Lá pelas tantas o seu assessor, Ricardo Go­­my­de, pediu-me para que fa­­lasse ao ministro so­­bre as minhas experiências vividas nesses dois tipos de eventos.

Procurei passar aquilo que en­­tendo seja o essencial para quem participa como profissional de imprensa, no meu caso, ou apenas na qualidade de torcedor, com quem converso. O que mais se pe­­de – disse a ele – é a qualidade de ser­­viços. O resto é secundário. Lo­­go na chegada, se você localiza sua mala, usa um banheiro decente e en­­contra um condutor honesto que te deixa na porta do hotel, a ci­­dade já se torna agradável. E se o celular e o notebook funcionarem, melhor ainda. Qualquer coisa ao contrário, porém, há que se ter um facilitador local para sanar. E então essa pessoa faz a diferença, ou não.

Lembrei ao ministro que du­­rante o Pan-Americano do Rio em 2007, as voluntárias do aeroporto carioca não sabiam informar nem sequer se havia condução para o Riocentro. Era o local onde instalaram o centro de im­­prensa, um labirinto sem nenhuma sinalização. Pior, na falta de estacionamento, os carros eram guinchados, pois na rua não havia placa de proibido. Não precisa dizer que o transtorno foi enorme para todos. Muito mais para os estrangeiros.

Casos assim refletem de forma ins­­tantânea a impressão que se tem sobre uma cidade. Seja no Bra­­sil ou não. A (des)organização de Atlan­­ta em 1996, por exemplo, foi pior ainda. Trânsito caótico, informações precárias e a explosão de uma bomba que matou uma pessoa e deixou vários feridos. Tudo isso no coração da cidade que é se­­de da CNN e da Coca-Cola – razão prin­­ci­­pal para a escolha olímpica.

Em suma, disse ao ministro Re­­belo que passei por aeroportos precários como o de Porto Eliza­­beth (África do Sul), estádios desconfortáveis como o Sarriá de Bar­­celona, estradas ruins como algumas do México e paguei preços exor­­bi­­tan­­tes na África do Sul. Mas, ao mesmo tempo, tive atendimentos pontuais em Pequim. E isso mar­­cou mais do que as belezas ar­­quite­tô­ni­cas do Ninho do Pás­­saro, do Cubo d’Água ou das mo­­dernas arenas de Sydney, Atenas, Japão ou Coreia.

Profissional de imprensa e torcedor não se preocupa com rendas e bordados. O que não pode falhar na Copa – e, engraçado, para isso a Fifa não esta nem aí – é o tratamento honesto, a boa informação, a educação do taxista, o conforto do hotel, o valor justo de uma refeição e outros serviços práticos.

O ministro Aldo Rebelo, pelo menos naquela manhã, pareceu concordar inteiramente, dizendo inclusive que isso requer muito treinamento, mas que será feito. O resto, senhores, é pura cascata que se resolve entre tapas e beijos. Até num churrasco como o de ontem na casa do deputado Mar­­co Maia, em Brasília. E onde a cer­­veja é liberada.

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