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É comum dizer que o árbitro de futebol é um jogador frustrado, assim como nós, jornalistas esportivos. Há exceções, claro – caso do Héber Ro­­berto Lopes que, desde menino, preferia apitar a jogar –, mas em regra é por aí mesmo. Aliás, torcedores e dirigentes também. Enfim, todos, no fundo, queríamos estar no campo como protagonista.

A figura do árbitro de futebol é todo um contexto pela proporção que atinge e pela autoridade que exerce. Mas qual a razão para "sua senhoria" escolher esta maldita missão? Desafio, prazer, vaidade ou masoquismo? Não sei. Para cada caso, um caso.

O árbitro não é a figura mais importante, mas sem ele não há jogo. No tempo em que se amarrava cachorro com linguiça (e ele, o ca­­chorro, não comia ela, a linguiça), até que se usava o bom senso. Nos primeiros anos do futebol, os próprios jogadores acusavam as infrações, pois os ingleses acreditavam no cavalheirismo. Depois, mes­­­mo com árbitro, havia bom sen­­­so. Aliás, consta que um jogo Ar­­gentina e Brasil, em Buenos Aires, estava 1 a 1 quando os hermanos fizeram o segundo gol. Depois que o juiz havia confirmado, acredite, um argentino correu e pediu para anular porque havia cometido infração antes – talvez por anarquismo a um passado sem malandragem, Maradona tenha usado a "Mão de Deus" e iludido o tunisiano que api­­tou Inglaterra e Argentina na Copa de 86.

Mas o que está havendo é um linchamento explícito em cima dos erros de arbitragem, re­­gis­tra­dos pelos olhos frios das câmaras e sentenciados pelo "tira-teima".

Erros de centímetros, onde o pé do jogador dá ou não condição le­­gal ao lance, expõe a arbitragem co­­­­mo vilã, tirando dos dirigentes, jo­­gadores e treinadores a responsabilidade. É injusto e desumano.

É bom lembrar que, dentro do abecedário da arbitragem – olhe, pense e decida –, num lance polêmico de área, por exemplo, sobra para o apitador uma fração de segundos para pensar. A decisão é imediata e não está sujeita a qualquer tipo de recurso. Por isso a substituição do termo juiz por árbitro, imposta à imprensa brasileira durante a ditadura militar para diferenciar o juiz de futebol do magistrado.

Paulo César de Oliveira apita amanhã. É apenas um jogo. É um árbitro bem credenciado. Deve, junto com Héber, ser um dos indicados para a Copa de 2014. Errou alguma vez? Claro que sim, como no gol de Adriano Imperador, com a mão, jogando pelo São Paulo contra o Palmeiras. Este lance marcou muito. Mas, convenhamos, muito menos danoso do que os "erros" de Paulo Maluf, por exemplo, que tem imunidade.

Bem, como o Atlético está usando agora um motivador, espero que este profissional suavize a tensão que aflora no Rubro-Negro quando joga em casa, e que ele transmita aos jogadores um desempenho sério, mas sem perder a alegria, jamais!

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