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Quando o papo é sobre competições de base, uma frase invariavelmente vem à tona: "O importante não é conquistar títulos, mas formar bons jogadores". Tal máxima não poderia ser mais adequada para o momento, logo após o Brasil faturar o pentacampeonato mundial sub-20, na Colômbia, no sábado.

A partir daí, a pergunta é óbvia: entre os campeões, quais jogadores poderão nos representar daqui a três anos, no Mundial de verdade? E aí o bicho pega. Nenhum dos titulares do excelente Ney Franco tem pinta de craque prestes a explodir – ou, pelo menos, não parecem tão bons quanto Lucas, Neymar e Ganso.

A começar pelo destaque da equipe, o atacante Henrique. Eleito o melhor jogador e artilheiro da competição, o brasiliense nasceu para a bola no CT do Caju e foi despontar no São Paulo, onde foi parar, dizem, por "vias tortuosas". No Morumbi, nunca teve chance real de firmar-se no time principal.

Não por acaso. Afinal, Hen­rique está distante dos requisitos básicos para apavorar no ataque. Não é alto e forte (possui 1,77 m e 75 kg) para desbravar a área. Nem é rápido e liso para invadir pelas pontas. Mostrou faro de gol, beleza. Mas, jogando com os adultos, vai sofrer.

Outro atleta que chamou atenção, o meia-atacante Oscar, dispõe de um pouco mais de moral. Autor de três gols na decisão – na vitória por 3 a 2 contra Portugal –, o moleque franzino não emplacou no São Paulo, clube que o revelou, em 2008.

Com problemas na renovação de contrato, ele foi parar no Internacional, na metade de 2010. Desde então, tem oscilado. Já ficou na reserva, considerado imaturo para bancar uma titularidade com a camisa colorada. Hoje Oscar tem mais espaço, é titular ao lado do argentino D’A­les­­­sandro.

O goleiro Gabriel (Cruzeiro), o lateral-direito Danilo (Porto) e o meia-atacante Dudu (Cruzeiro) foram mais atrações da disputa. São jogadores interessantes – como Henrique e Oscar. No entanto, igualmente, não apresentaram bola suficiente para nos encher de esperança.

O arqueiro teve desempenho satisfatório até falhar, clamorosamente, na finalíssima. Danilo foi, talvez, o melhor da seleção, e terá a oportunidade de mostrar o seu valor para Mano Menezes, no amistoso diante de Gana. Dudu, por sua vez, teve boa passagem pelo Coritiba no ano passado, mas é cedo para deixar a condição de promessa.

O Pan-Americano de Gua­dalajara, ao final do ano, e a Olimpíada de Londres, em 2012, nos darão mais subsídios. Até lá, tudo indica que Lucas, Neymar e Ganso terão de se virar na Copa do Mundo canarinho. Pois a nossa tão decantada fábrica de craques já não é mais a mesma.

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