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O empate com o Figueirense antecipou o fim de ano para o Coritiba. Um pouco pelo resultado, que deixa o time a sete pontos da zona da Libertadores; muito pelo futebol apresentado, apenas a repetição de um ciclo interminável de boas e más atuações que torna impossível acreditar que essa distância possa ser tirada. Mais dez pontos e o Coxa reduz a zero o ínfimo risco de rebaixamento. E o 2011 estará matematicamente encerrado.

Claro, terminar o ano assim se­­rá decepcionante para um time que jogou tanto durante o primeiro semestre e em alguns mo­­men­tos do segundo. Mas permite olhar com mais atenção para 2012 e fazer os ajustes necessários para dar os passos que faltaram para o título da Copa do Brasil ou fincar bandeira no G5 do Brasileirão.

Qualquer planejamento passa pela definição da comissão técnica. Todas as manifestações públicas da diretoria apontaram para a manutenção de Marcelo Oliveira. E esse é, mesmo, o caminho mais adequado. Marcelo errou feio na final da Copa do Brasil e foi incapaz de quebrar esse ritmo de cadeira de balanço do Coritiba. Mas seu time jogou mais que o de Ney Fran­­co, Marcelo quase sempre optou pelo ataque e não há muita opção melhor no mercado. Ele é o cara, com seus defeitos e qualidades.

A questão mais crucial é o elenco. Esse time do Coritiba está definitivamente na história do clube, mas é preciso olhar para ele com mais razão do que gratidão. Jéci e Édson Bastos já encerraram seus vitoriosos ciclos. Pereira (especialmente pela questão física) deve ser visto como bom reserva. Bill tem contrato por terminar, e entre ele e Marcel, não há muita dúvida de que Marcel é bem melhor. Leo­nar­do, Davi e Anderson Aquino têm vínculo longo, mas é preciso avaliar o custo-benefício. Os dois primeiros se machucam muito, o terceiro caiu após a renovação. Tal­vez seja melhor abrir mão de al­­gum deles – e ganhar dinheiro.

Peças fundamentais como Emerson, Leandro Donizete, Rafi­nha e Léo Gago se aproximam dos 30 anos. Seguirão muito úteis, mas é preciso considerar a possibilidade de, fisicamente, não suportarem um ritmo intenso – em al­­guns casos, algo que já aconteceu este ano. O Coritiba precisará contratar para manter a rotatividade sem perder qualidade. Mas, principalmente, contratar jovens e confiar nos garotos da base que estiveram emprestados neste ano.

O iminente final antecipado de Brasileiro permitirá conduzir esse processo antes dos adversários, um trunfo e tanto para 2012. Somente dois acontecimentos são capazes de perturbar essa tranquilidade anunciada: 1) O Vasco vencer a Sul-Americana e deixar a vaga para a Libertadores via Copa do Brasil, o que exigiria um planejamento mais caro; 2) O Atletiba da última rodada, em que a chance de rebaixar o rival fará a torcida exigir uma dedicação de final de campeonato. Há uma terceira possibilidade? Na teoria, sim, arrancar e colar no grupo da Libertadores. Na prática, porém, acreditar nisso soa a perda de tempo.

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