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A retomada das categorias de base pelo Paraná precisa ser conduzida e analisada com todo o cuidado. Na teoria, é uma grande vitória do clube, que volta a controlar todo o processo de formação de jogadores, do seu desenvolvimento ao lucro com futuras vendas, passando pelo momento em que cada um ascenderá ao profissional. A transição do poder no Ninho da Gralha determinará se as coisas vão funcionar assim também na prática.

De partida, o Paraná já terá de manejar um aumento de custo de manutenção acompanhado do comprometimento de parte das receitas. Dentro da parceria, o Ninho da Gralha custava R$ 100 mil mensais ao clube; agora, a conta passa para R$ 200 mil, absorvida a parte que era coberta pela Base - fora a quitação dos atrasados. De outro lado, o pagamento pela parte de Renê Bernardi (que investiu R$ 12 milhões ali e tem todo o direito de querer ao menos zerar seu prejuízo) custará parte da venda de jogadores, de receitas publicitárias e de cotas de TV. Ou seja, o Paraná terá que tirar mais dinheiro de onde já não há muito para tirar.

É um mal necessário, outro período de aperto que o clube terá de enfrentar para, mais adiante (estima-se que a dívida seja paga em de cinco a dez anos), efetivamente usufruir do que as categorias de base produzirem sem ter de compartilhar os lucros com terceiros. Aliás, resistir à tentação de uma nova parceria será o maior desafio para a diretoria paranista. Há uma grande possibilidade de, até o negócio com Bernardi ser completamente pago, surgirem ofertas e dificuldades que façam os dirigentes pensar em buscar um novo sócio. A forma como o futebol tricolor, em cima e na base, foi administrado na década passada deve estar bem fresca na memória de todos para que o clube não se deixe seduzir por nenhum canto da sereia.

Copa-2014

Até o momento em que escrevo esta coluna, Mario Celso Cunha não fez nenhum movimento para deixar a Secretaria Estadual de Assuntos da Copa de 2014 depois de a Gazeta trazer a público, no domingo, o vídeo em que ele defende que os empréstimos do BNDES para financiar estádios não sejam pagos. Também não houve movimento algum da parte do governo do estado para cobrar explicações ou, o que se espera neste caso, exonerar Mario Celso. O silêncio do Palácio das Araucárias só pode ser interpretado como conivência e concordância com o que foi dito.

Ao ficar quieto, o governo do Paraná passa a mensagem de que é conivente com a defesa, por parte de um secretário, de que se dê o calote em um empréstimo público e concorda que isso possa acontecer com os financiamentos para 2014.

O governador precisa entender que a questão não trata de futebol, assunto pelo qual ele claramente não se interessa, mas de uso de dinheiro público – ou, usando a palavra mágica, dinheiro dos seus eleitores.

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