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Há um indisfarçável otimismo da torcida do Flamengo no título da Copa do Brasil. Uma confiança crescente que nem mesmo a segunda-feira cinzenta e chuvosa, que parece ter desembarcado no Santos Dumont junto com os curitibanos que começam a ocupar o Rio de Janeiro, consegue abalar. "É duro ganhar do Mengão no Maraca", "Nem o Cruzeiro ganhou aqui", "Nossa torcida faz a diferença" e "Deixou o Mengão chegar, agora aguenta" são algumas frases que saem das bocas flamenguistas com a naturalidade que se respira.

Por enquanto, frise-se, uma confiança restrita à arquibancada. O discurso dos jogadores e de Jayme de Almeida é o mais protocolar possível: respeito ao Atlético, nada está ganho, a vantagem é pequena, etc. Apenas Hernane Brocador trocou o script pelo improviso. Prometeu gol na quarta-feira. Mas nem por isso deve se desprezar o comportamento da torcida. Títulos são conquistados e perdidos também a partir da arquibancada, ainda mais nesse novo Maracanã.

Estive três vezes no "new Maracanan". Com um terço ocupado, como no Flamengo x Corinthians de ontem, a acústica faz com que qualquer coro entoado passe a impressão de casa cheia. Com todos os lugares ocupados, como foi na final da Copa das Confederações e será amanhã, a pressão beira o insuportável.

Andre Agassi escreve em sua biografia que procurava por uma bolha no cérebro do seu adversário. Um calo psicológico que doía até fazer o oponente desmoronar. Um estádio de 70 mil lugares tomado, com uma torcida eufórica e gritando sem parar, é uma bolha que pulsa permanentemente no cérebro de quem está em campo.

O Atlético precisará controlar essa bolha. Jogar a pressão da arquibancada para o adversário. E fazer com que a sua porção da arquibancada se sobressaia. No domingo, os corintianos ocuparam quase um gomo inteiro do anel superior do Maracanã. É exatamente onde os atleticanos ficarão amanhã. Serão pelo menos 6 mil, o segundo maior deslocamento de rubro-negros da história, perde apenas para a final da Libertadores em Porto Alegre. Tudo isso em um dia útil, com ingressos e passagem comprados antes mesmo do primeiro jogo ser disputado. Uma demonstração de confiança e otimismo equiparável à mística a que os flamenguistas recorrem nesses dias de decisão. A conexão entre arquibancada e time é o melhor caminho para o Atlético impedir que a festa flamenguista desça das cadeiras para o gramado do Maracanã.

Tapetão

O Atlético tenta anular a suspensão automática de Léo para contar com ele na final da Copa do Brasil. Uma afirmação de Júlio Baptista pinçada fora de contexto virou munição para muitos clamarem por uma intervenção do STJD no Brasileiro. Coritiba, Vasco e Fluminense garimpam súmulas de Criciúma, Bahia e Ponte Preta para encontrar irregularidades que rebaixem os três clubes. Assim é o futebol brasileiro em dias de decisão.

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