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Abril é mês de publicação de balanço dos clubes de futebol. A fotografia financeira sempre permite medir o fôlego que o time tem para investir a médio e longo prazo e cumprir suas obrigações. O do Coritiba está aprovado desde a semana passada e enquanto não for publicado, nenhum dirigente ou funcionário coxa-branca falará oficialmente nos números indicados no balanço. E quais são esses números?

O Coritiba fechou 2013 com um passivo acima de R$ 140 milhões e abaixo de R$ 150 milhões. O número é maior do que o de 31 de dezembro de 2012 – R$ 95,2 milhões – e um pouco menor do que o indicado em um resumo patrimonial que chegou às mãos do Conselho Administrativo no segundo semestre do ano passado. No documento, o passivo indicado era de R$ 154,6 milhões: 36,3% de parcelamentos fiscais, 27,6% de empréstimos, 18,3% de obrigações correntes, 9% de contingências e acordos judiciais, 8,7% de direito de imagem e prêmio.

O bicho assusta, mas é menos feio do que os números indicam. A inclusão de direito de imagem e premiação é uma recomendação do Conselho Federal de Contabilidade. Representa a soma de tudo que os clubes têm a pagar até o fim do contrato. Por exemplo: se um jogador assina por cinco anos com direito de imagem, a soma destes cinco anos entra na conta. Como o Coritiba renegociou e eliminou os acordos de imagem, este valor desaparece no próximo ano.

Outra casca de banana do balanço está em empréstimos. O valor repassado pela Pro Tork para construir a nova Mauá foi incluído neste item. É um dinheiro que será reposto com a venda dos camarotes. Assim, pelos cálculos do clube, o passivo real seria mais próximo do valor do ano passado. Será essa a argumentação da diretoria quando o balanço sair. Essa e que a renegociação da dívida fiscal com a aprovação do Proforte reduzirá ainda mais o passivo, tornando o clube mais administrável. O Conselho, mais preocupado com técnico e reforços, aceitou as explicações. A ver a reação da torcida, invariavelmente guiada pelo resultado de campo.

Ok, mas e as receitas, deve estar se perguntando o leitor? E se for um leitor assíduo da coluna, já lembrou que na sexta-feira eu escrevi que o Coritiba antecipou o dinheiro da tevê até 2017. O colunista errou e, ajoelhado no milho, põe os centavos no lugar.

É possível antecipar a receita apenas de dois anos, o que por si só inviabiliza raspar o tacho até 2017. O Coritiba fechou o ano passado com as seguintes antecipações: R$ 24,9 milhões de 2014 (90%) e R$ 7,3 milhões de 2015 (25%). Dos contratos já assinados, o Coxa ainda tem R$ 170 milhões para receber. Muito melhor do que o cenário de "tudo antecipado até 2017", mas, ainda assim, além do mandato da atual diretoria, manobra que o novo projeto de lei do Proforte pretende impedir.

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