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A parada da Copa das Confederações funcionou como uma bandeira amarela no Campeonato Brasileiro. Manteve todos agrupados por três semanas para a relargada, que na Bezona aconteceu já na terça-feira.

No automobilismo, a bandeira amarela beneficia geralmente quem está atrás. Reduz a diferença para os líderes, permite reabastecimento, troca de pneus e um contato mais apurado com o chefe de equipe.

Por essa lógica, o Coritiba deveria sair prejudicado. Parou como líder do Brasileirão e, em tese, perdeu o embalo que o levou até o topo, enquanto quem está atrás teve condições de se arrumar. Na prática, esse é o menor dos problemas. A diferença para os demais já era pequena e para quem jogou 36 partidas em 21 semanas, parar por 20 dias é bem-vindo.

O maior problema do Coritiba é a perda de Rafinha. Em princípio, o dinheiro da venda não será investido em um substituto e falta um jogador similar no elenco. As opções são inferiores tecnicamente, exercem função diferente ou as duas coisas. O primeiro impacto é a perda do poder de contra-ataque. Basta lembrar o jogo com o Goiás, em que vários lances morreram nos pés de Geraldo, a opção mais equiparável a Rafinha em velocidade. Até Anderson Aquino foi resgatado do fundo da memória como alternativa.

Para o Atlético, a parada da Copa das Confederações é paradoxal. Pelo planejamento da temporada, deveria ser o momento em que os demais conseguiriam reduzir a desvantagem física para um time de pernas frescas pela baixa atividade.

Antes de pensar em fôlego, porém, o Atlético deve agradecer ao período de inatividade para atacar seus problemas. O clube buscou reforços para posições problemáticas (zaga e lateral-esquerda), mas não conseguiu. Terá de se virar com o que tem para corrigir seu grave problema defensivo.

Ajudará bastante se Ricardo Drubscky tiver se convencido de que a marcação em linha fracassou. O sistema só funciona se houver uma maturidade tática que claramente falta à última linha rubro-negra.

O Paraná não tem problemas defensivos. Foi o primeiro setor ajustado por Dado Cavalcanti, apesar de Luís Carlos ainda não passar plena segurança no gol. A grande dificuldade está no ataque. Reinaldo foi o maior investimento para a temporada. Até aqui, dinheiro jogado fora. Seus quatro gols em sete jogos não enchem a barriga.

Quando esteve em campo, Reinaldo foi muito melhor que todos os atacantes que o Paraná teve nos últimos anos. O problema é que ele quase nunca está apto. A bandeira amarela permitia à diretoria paranista buscar outra opção mais assídua. Preferiu reforçar a aposta em Reinaldo. Aposta de risco, capaz de fazer a diferença – para bem e para mal – na pretensão paranista de voltar à Série A.

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