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O jogo no Couto Pereira já se aproximava da metade do primeiro tempo quando me perguntei (e perguntei no Twitter) se seria exagero dizer que o Coritiba rasgou dinheiro ao gastar R$ 1 milhão em Éver­ton Costa. Até ali, Éverton havia er­rado todas as vezes em que pe­­­gou (ou tentou pegar) na bola. Pois o atacante parecia estar com um BlackBerry escondido entre as trancinhas.

Após ser malhado em pílulas de 140 caracteres, começou a jogar. E a jogar muito. A inversão de posições com Marcos Aurélio deu certo. Éverton Costa estava do lado direito quando participou do primeiro gol e, pouco depois, fez o segundo pela esquerda.

Melhor que Éverton, só Tcheco. Ele assumiu a função que era de Léo Gago na série de 24 vitórias, de dar ritmo ao jogo coxa-branca. Tcheco fez sua melhor partida desde que voltou ao Coritiba e deu a Léo Gago tranquilidade para procurar o bom futebol esquecido sem a exigência de ser o protagonista do meio-campo. Procurou e encontrou um belo gol, redentor, como ficou claro com a aliviada comemoração dele, cercado pelo time inteiro. Mérito de Marcelo Oliveira, que suportou as críticas (minhas, inclusive) e bancou a permanência do volante.

Marcelo Oliveira percebeu que mexendo na estrutura do time poderia ter um bom resultado. Com um meio-campo um pouco mais forte, um armador que dificilmente erra passe e o resgate da velocidade no ataque, encontrou um novo caminho para fazer o time jogar bem. No fim, isso é mais importante do que a vitória e a saída da zona de rebaixamento.

Caminho errado

O Atlético tem 1 ponto em 21 disputados no Brasileiro. Para não cair, terá de vencer 15 dos 31 jogos restantes. A julgar pela situação atual do time e do clube, é impossível fechar a conta.

O elenco precisa de um choque. O Atlético já mandou um time e meio embora, mas formado apenas por coadjuvantes. É hora de dispensar algum ator principal da tragédia rubro-negra. Algo como foi feito em 2009, quando Rafael Moura, artilheiro do time, foi afastado sem cerimônia. Naquele momento, Marcos Malucelli teve pulso para fazer isso. Precisa ter novamente.

Como também precisa ter o discernimento de perceber que será impossível contratar um técnico bom oferecendo a ele contrato de seis meses. Melhor o Atlético entrar 2012 amarrado a um treinador do que afundado na Se­­gundona.

Ao se sujeitar a sair no mercado em busca de um técnico por um semestre, o Atlético renega a imagem de organização e planejamento que ostenta em todo o Brasil. Mergulha na vala comum, onde se vende o almoço para comprar a janta e remediar é mais usual do que prevenir. Nos últimos anos, todos que seguiram esse caminho foram rebaixados. Caso insista em seus erros e na apatia endêmica desta temporada, o Atlético não pode ter a arrogância de achar que com ele será diferente.

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