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Na milésima vez em que foi questionado sobre os fracassos seguidos do Corinthians na Libertadores, Andrés Sanchez disse que o importante era jogar sempre o torneio. Estando lá, uma hora o título chegaria. O Corinthians tem sido presença constante na Libertadores, embora ainda não tenha vencido a competição.

O exemplo, com as devidas adaptações, vale para o Coritiba e a Copa do Brasil. Nos 20 primeiros anos do mata-mata nacional, o Coxa foi semifinalista apenas duas vezes – 1991 e 2001. Nas quatro edições seguintes, três classificações para as semifinais. Em 2009, a campanha parou ali mesmo, contra o Inter. Ano passado, vaga na final e derrota para o Vasco. Agora, o adversário é o São Paulo.

Chegar sempre aumenta as chances de título.

Há um óbvio fundo matemático nessa afirmação, mas o principal benefício é psicológico. O time impõe mais respeito diante dos adversários, jogadores e funcionários passam a carregar um histórico dentro do torneio, um mapa mental daquilo que não pode ser feito diante da pressão de estar tão próximo de um título nacional. Tudo isso oferece uma bagagem importante para o momento em que as coisas realmente se decidem, dentro de campo. E ali o Coritiba ainda precisa de claros ajustes.

O retrospecto coxa fora de casa é rico em exemplos de como não se comportar quinta, no Morumbi. O jogo contra o Flamengo é um deles. Idem o jogo contra o Inter, na primeira rodada do Brasileiro. E dali seria retroceder à maioria dos jogos como visitante no Nacional-11.

O Coritiba tem um problema crônico fora. Começa os jogos apático, convidando o adversário para o seu campo, na esperança de conseguir um contra-ataque que o próprio Coxa não tem força nem coragem de aplicar. Logo o oponente faz um gol e quem foi ao gramado disposto a ser cauteloso no 0 a 0 se vê obrigado a partir para cima em desvantagem. Fatalmente isso resulta em mais um gol. Marcelo Oliveira tem de romper este ciclo.

O Coxa precisa ir ao Morumbi com uma ideia fixa na cabeça: marcar ao menos um gol. Se for o da vitória ou do empate, ótimo. Mas se for de uma derrota, também serve. Basta lembrar que o título do ano passado foi perdido para o Vasco no gol fora de casa.

Para fazer gol, o Coritiba terá de ser corajoso. É a única maneira de contrariar a lógica que indica o São Paulo como favorito. Luís Fabiano (ainda mais em cima de Demerson) e Lucas são capazes de decidir partidas sozinhos. Ainda há Cícero, Jadson e Fernandinho em boa fase. Esperar o São Paulo é permitir que eles jogem. Atacar (mesmo com moderação) é o caminho para explorar a nítida fragilidade defensiva tricolor, que tem laterais ruins na marcação, zagueiros em permanente estado de desatenção e um goleiro que tem se acostumado a falhar.

Chegar sempre deixa um clube mais perto de conquistar títulos. Jogar com coragem e vontade de vencer deixa qualquer troféu ao alcance das mãos.

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