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Há algumas semanas, quando o Paraná encaixou uma série de vitórias, escrevi que os ajustes feitos bastariam para evitar o rebaixamento. A injeção de força no elenco, por inércia, levaria o Tricolor a evitar o maior vexame de sua história.

Os fatos, porém, estão tratando de indicar que o impulso foi insuficiente. A cinco pontos do décimo colocado e com três partidas pela frente, o Paraná encaminha-se para o descenso menos pela possibilidade de quem está à sua frente de estacionar na pontuação do que pela sua capacidade de reagir. É pouco crível que o Tricolor atual tenha equilíbrio para, diante de tamanha pressão, vencer os três jogos restantes para escapar com alguma folga ou dois para fugir com um milagre.

O cenário lembra um dos antecessores paranistas. Há exatos 30 anos, o Pinheiros foi rebaixado em um Campeonato Paranaense que derrubava apenas o lanterna. Atropelou na Segundona do ano seguinte (foi campeão deixando de vencer apenas dois jogos) e entre 1983 e 1988 ganhou duas vezes o Estadual e foi vice em outras três.

Para o Pinheiros, brigar pelo título estadual era o máximo. Para o Paraná, deixou de ser nos anos 90. Ser campeão paranaense era tão comum que o clube passou a sonhar alto no Brasileiro. Fez boas campanhas, chegou à Liber­­ta­­dores, foi bem até em momentos em que fez quase tudo errado, como em 2003, quando saiu de um quase rebaixamento estadual para brilhar no Brasileiro com um time montado na semana da estreia.

O acerto no erro foi o grande veneno paranista. Criou a impressão de que por pior que fosse a situação, sempre se daria um jeitinho e tudo acabaria bem. Baseados nessa crença dirigentes têm passado pela Vila Capanema nos últimos anos fazendo sucessivas lambanças, insurgindo-se contra quem ousa criticá-los e deixando o clube pior do que encontraram.

Cair no Estadual não é, necessariamente, certeza de vexame na Série B. Há dois anos o Guarani saiu de um rebaixamento no Paulista para uma promoção folgada no Brasileiro. O problema foi o "dia depois de amanhã". O Bugre repetiu os erros do passado. Caiu no Brasileiro e não subiu no Paulista.

Uma ótima lição para o Paraná. Se cair, não se deve fazer terra arrasada, pois há total condição de se recompor a curto prazo. Mas é fundamental organizar a casa profundamente para evitar que um sucesso no segundo semestre não seja apenas uma arremetida antes de o time embicar em direção a novos fracassos. E se escapar, também.

Certo

Adilson fez o básico na sua estreia. Moldou o time de acordo com o que considera a formação ideal e ganhou usando uma arma antiga.

Alerta

O sufoco contra o Timãozinho, cortesia da ausência de Marcos Aurélio e Rafinha, deve ser visto com atenção pelo Coritiba. Mostra a necessidade de buscar boas opções de banco para o Brasileiro.

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