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O Paratiba de domingo terá um curioso reencontro, sintomático do que é o futebol atual. Eltinho, Davi, Rafinha, Leonardo e Léo Ga­­go, titulares do Paraná em algum momento dos últimos anos, estarão em campo pelo Coritiba. O elo entre as três pontas dessa história é a L.A. Sports.

É inegável que a empresa teve papel decisivo nos melhores mo­­mentos do Paraná na década passada, graças a uma capacidade acima da média de enxergar jogadores bons e baratos onde ninguém conseguia ver. Como também é fato que o Tricolor começou a perder o controle das categorias de base ao oferecer os direitos de suas revelações em troca do fornecimento de refeições. E que a gradativa perda de espaço da L.A. na Vila Capanema deu início à briga política que derrubou merecidamente o Professor Miranda e afundou o Paraná na crise que só faz aumentar há quatro anos.

O Coritiba dificilmente teria subido sem a L.A. Rafinha, Leo­­nardo e Léo Gago foram os melhores jogadores do time e só vestiram a camisa alviverde por causa da empresa. Ainda há Vanderlei, Emerson, Eltinho, Marcos Paulo e Davi. Oito jogadores no elenco. Um ganho técnico incontestável em troca de uma dependência preocupante.

Para os clubes é muito fácil associar-se a empresários. Os jogadores vêm sem o esforço às vezes hercúleo envolvido em uma transação direta, em alguns casos o parceiro ajuda a pagar salário, oferece outros benefícios. Cria no dirigente a mesma ilusão do cidadão comum que toma empréstimo de uma financeira e sai de lá feliz pelo dinheiro no bolso, sem perceber o juro que começa a acumular rapida­­men­­te. O choque de realidade vem quando chega a conta e é preciso se virar sozinho.

O Paraná não estava preparado para a chegada da fatura e ainda não conseguiu reorganizar suas contas. Ao Coritiba é in­­dispensável preparar-se para voltar a andar sozinho, sob o risco de em alguns anos se ver exatamente na mesma situação do adversário de domingo.

Favoritíssimo

A diferença entre Coritiba e Pa­­ra­­ná hoje é tanta que até uma vitória alviverde sofrida pode soar a decepção. O Coxa é um ti­­me pronto que recebeu alguns ajustes. O Tricolor, um amontoado que tenta virar time.

Esmola

O Internacional confirmou on­­tem a venda do meia Giuliano para o Dnipro, da Ucrânia. Se­­gun­­do a im­­prensa gaúcha, por 10 mi­­lhões de euros. Com base no me­­canismo de solidariedade, que prevê o pagamento proporcional de 5% ao clube que o jo­­gador defendeu entre os 12 e os 23 anos, o Paraná deve em­­bolsar algo em torno de 270 mil euros, aumentando a coleção de migalhas arrecadadas com a venda gradual do meia.

É o preço pago por quem abre mão de controlar o próprio destino.

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