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A crise do Coritiba definitivamente caiu no lugar-comum que marca todo o momento ruim de clube de futebol. Das suspeitas da torcida às promessas do grupo para tirar a equipe do atoleiro, apenas mais do mesmo, em um ritmo enfadonho e previsível.

Quando os tropeços começaram, as especulações. Primeiro, claro, a balada, tema que já esgotei aqui na semana passada e por isso não vou me repetir para também não cair na previsibilidade.

Depois, o grupo rachado. A turma de fulano para um lado, a patota de beltrano para o outro e o pobre treinador no meio do fogo cruzado, descobrindo que em um esporte onde se escala 11, sempre uma rodinha ficará em desvantagem.

Por fim, o dinheiro. Falou-se em salário atrasado (duvido) e também em uma suposta reivindicação não atendida por um prêmio pelo "título" do primeiro turno. Ora, se chegar em primeiro na metade do campeonato não dá vantagem alguma na briga pelo acesso, não há por que premiar os jogadores. Reivindicar esse benefício é ridículo; recusá-lo é nada mais do que o óbvio. Também não acredito em discussão tão medíocre.

Se as hipóteses não são nada originais, a resposta dos jogadores também caminha abraçacada com o óbvio. Na segunda-feira, sobraram frases feitas.

A primeira: "Vamos fazer um pacto pela vitória". Ora, ora, e os jogadores são pagos para quê? Sempre imaginei que para vencer. Futebol é uma das poucas áreas profissionais na qual é preciso que as pessoas se reunam e façam pactos para lembrar das suas obrigações. E todos saem desses encontros dizendo que cobrança existe em todo lugar, como se essa conclusão fosse inédita e exclusiva de quem calça chuteiras para ganhar a vida. "Cobrança existe em todo lugar", por sinal, foi outra frase dita à exuastão na segunda-feira.

Outra frase que pipocou no CT alviverde: "Todos somos homens". Que é o mesmo que dizer: "Não se preocupe, torcedor, não estamos em má fase pelo dinheiro (ou falta dele) ou para derrubar o treinador. Não somos disso. No máximo estamos com dificuldade para encontrar nosso escasso talento, mas logo resolveremos o problema".

E o torcedor, impaciente, esfrega as mãos esperando pelo momento em que o time possa vencer e os jogadores, de voz embargada, dediquem o triunfo aos críticos cruéis, antes de voltar para os braços da torcida, como se jamais tivesse existido uma crise no clube.

E se...

Outro discurso recorrente no Alto da Glória é que o time que chegou à liderança da Série B certamente vai sair desse momento ruim. Mas a cada derrota do Coritiba cresce uma dúvida na minha cabeça: E se o momento de exceção do time tiver sido aquele, das vitórias, e não esse, das derrotas? E se o futebol desse Coritiba for o atual, não o anterior? Acho que estou errado, mas...

Tango em Núñez

O Atlético terá uma chance de ouro para vencer o River Plate. Os Milionários vão jogar com um time misto e estão mais preocupados com o clássico contra o Boca, em dez dias, do que com a Sul-Americana. Se Ferreira e Marcos Aurélio estiverem inspirados – e o ar portenho fizer Denis Marques aprender a diferença entre trave e rede –, o Furacão tem grandes chances de voltar da Argentina com a classificação encaminhada. Depois, o reencontro com o Nacional-URU ou o inédito duelo com o Boca. Pena que possivelmente não na Bombonera, já que o time de Maradona vai mandar sua partida contra os uruguaios em Salta.

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